Jihadistas: números divulgados englobam o total de supostos islamitas que partiram da Alemanha até o final de julho (Aris Messinis/AFP)
Da Redação
Publicado em 17 de agosto de 2016 às 10h37.
Berlim - Os serviços secretos da Alemanha souberam de cerca de 840 casos de supostos islamitas que saíram do país para se unirem ao grupo terrorista Estado Islâmico (EI), dos quais 210 eram de origem turca ou tinham essa nacionalidade.
De acordo com estas informações, contidas em uma resposta do governo ao grupo parlamentar A Esquerda, estima-se que 280 desses suspeitos já estão de volta à Alemanha, após terem ficado em acampamentos do EI no Iraque ou na Síria.
Consta para os serviços secretos, além disso, que 140 desses jihadistas morreram em combate na região em conflito, que em sua maioria eram pessoas de menos de 30 anos e que um quinto eram mulheres.
Os números divulgados englobam o total de supostos islamitas que partiram da Alemanha até o final de julho e mostram uma alta em relação aos 760 suspeitos que tinham saído do país rumo a Síria e Iraque até o final de 2015.
Estas informações seguem às divulgadas ontem pela emissora pública "ARD", citando além disso como fonte a resposta à Esquerda, segundo as quais o governo de Berlim considera que o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, e seu Governo dá seu apoio a organizações islamitas em todo o Oriente Médio.
Em sua resposta ao mencionado partido - a maior força da oposição parlamentar -, o Ministério do Interior afirma que o executivo turco é há anos "plataforma de ação para grupos islamitas" e que Erdogan apoia esta cooperação.
O Interior remete a relatórios da espionagem exterior - o Serviço Federal de Informação (BND) - e ressalta que o governo turco intensificou de forma consciente sua relação com o Hamas, organização palestina à qual a UE considera terrorista desde 2003.