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Da Redação
Publicado em 16 de fevereiro de 2013 às 14h29.
Cerca de 15.000 simpatizantes do Ennahda, atualmente no poder, organizaram uma manifestação neste sábado no centro de Tunis, na Tunísia, para defender o direito do partido de comandar o país, que atravessa sua pior crise política desde a revolução de janeiro de 2011.
Essa manifestação, a maior organizada pelos islamitas desde sua chegada ao poder, há 14 meses, acontece no momento em que o número dois do partido, o primeiro-ministro Hamadi Jebali, anunciou na sexta-feira a formação de um gabinete de tecnocratas rejeitado pelo Ennahda.
A manifestação, porém, é pequena se comparada às revoltas que ocorreram durante o funeral do líder da oposição Chokri Belaid, assassinado em 6 de fevereiro, que reuniram dezenas de milhares de opositores anti-islamitas.
"Deus é o maior", "Com legitimidade e pela união nacional", "O povo quer o Ennahda mais uma vez", cantava o povo neste sábado na avenida central Habib Bourguiba, palco da revolução que derrubou o regime de Zine El Abidine Ben Ali.
Os manifestantes também denunciavam a França, regularmente acusada de ingerência.
"Precisamos de uma união nacional, de todos e sem exceções, tirando os que se opõe à revolução", disse Habib Ellouze, um dos líderes da ala mais dura do Ennahda.
"Estamos aqui para mostrar que apoiamos a legitimidade do Ennahda e das urnas", explicou Mohamed Beji, um manifestante.
O assassinato de Chokri Belaid provocou uma nova onda de violência e agravou a crise política, o que obrigou Jebali a propor um governo apolítico.
Seu partido pede um gabinete que alie políticos e tecnocratas.
Depois de desistir da data-limite que havia fixado para este sábado para anunciar um novo governo ou para renunciar caso não conseguisse, Jabali anunciou novas negociações para segunda-feira.
O Ennahda, fundado em junho de 1981 pelo líder histórico Rached Ghannouchi, foi por muito tempo reprimido na Tunísia antes de se impor, após a revolução e as primeiras eleições livres, como o principal partido do país.
O movimento dispõe de 89 dos 217 assentos na Assembleia Nacional e formou uma coalizão com dois partidos laicos de centro-esquerda, incluindo o do presidente Moncef Marzouki.
O Ennahda também trava uma luta interna constante entre os mais radicais, representados por Ghannouchi, e os moderados, liderados por Jabali.
Os parentes de Chokri Belaid organizam neste sábado duas cerimônias em sua memória, uma em Tunis e outra em Jendouba (noroeste). Até o momento, nenhum avanço foi feito na investigação para encontrar os culpados pela morte do líder da oposição.
Os parentes de Belaid acusam os islamitas de serem os responsáveis por sua morte.