Torre de energia elétrica: vários países incluindo a Espanha, Alemanha e França revisaram ou estão revisando planos de apoio para energia renovável (Carla Gottgens/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 11 de outubro de 2013 às 09h40.
Bruxelas - Os presidentes-executivos de 10 empresas de energia elétrica, que juntos detém metade da capacidade de geração de eletricidade da Europa, estão pedindo um fim aos subsídios para energia eólica e solar, que segundo eles adicionam muita energia a um mercado que já enfrenta oferta excessiva.
Os CEOs do chamado Magritte Group querem também um mecanismo de capacidade em toda a Europa que pague as empresas do setor por manterem capacidade de geração de energia à disposição, e também que a União Europeia melhore seu esquema para emissões de carbono, cujos baixos preços falharam em incentivar combustíveis de baixo carbono como gás natural e energia nuclear.
O grupo, que inclui as principais empresas como a francesa GDF Suez, a alemã E.ON, a espanhola Iberdrola e a italiana ENEL, já conseguiu ter um impacto, pois vários países incluindo a Espanha, Alemanha e França revisaram ou estão revisando planos de apoio para energia renovável.
"A política energética da Europa chegou em um beco sem saída", disse o presidente-executivo da GDF Suez, Gerard Mestrallet, em uma inédita coletiva de imprensa conjunta de 10 presidentes-executivos nesta sexta-feira em Bruxelas.
Com a demanda por energia caindo devido à crise econômica e o esforço para eficiência energética da UE, os preços de energia no atacado caíram pela metade desde 2008, mas os preços no varejo para consumidores permaneceram perto de níveis recorde.
O grupo disse que nos quatro últimos anos as contas de eletricidade para consumidores domésticos subiram 17 por cento, e subiram 21 por cento para consumidores industriais.
"Em setores como aço, automóveis e refino, quando houve excesso de capacidade, a capacidade foi fechada. Mas no setor de energia, temos um excesso de capacidade maciçamente subsidiado de energia solar e eólica, que nos trouxe à situação absurda em que nos encontramos hoje", disse Mestrellet.