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CEO do JPMorgan defende ampliação das sanções contra a Rússia

O CEO acredita que a taxa básica de juros nos EUA pode subir mais do que o mercado prevê

 (Andrey Rudakov/Bloomberg/Getty Images)

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Publicado em 4 de abril de 2022 às 10h17.

O CEO do JPMorgan Chase defendeu o aumento das sanções contra a Rússia por causa da invasão da Ucrânia e avisou que a taxa básica de juros nos EUA pode subir mais do que o mercado prevê.

Os EUA precisam ampliar as sanções “de qualquer maneira recomendada pelos especialistas em segurança nacional para maximizar os resultados corretos”, escreveu Jamie Dimon em sua carta anual aos acionistas, enviada nesta segunda-feira. A guerra e as sanções resultantes “irão frear a economia global -- e pode piorar facilmente”.

A reviravolta geopolítica — e a consequente crise energética que intensifica a inflação — colocou o banco central americano (Federal Reserve) em situação delicada. Os juros vão subir substancialmente e o atual ciclo de aperto “não é de forma alguma tradicional”, afirmou Dimon.

Embora o governo americano e o Fed tenham acertado na decisão de injetar enorme liquidez no sistema financeiro na resposta inicial à pandemia, em retrospectiva o apoio monetário somado ao estímulo fiscal “provavelmente foi além da conta e durou demais”, acrescentou.

“Não invejo o Fed pelo que precisa fazer em seguida: quanto mais forte a recuperação, mais altos serão os juros”, escreveu Dimon. “Se o Fed acertar, podemos ter anos de crescimento e a inflação eventualmente começará a recuar. Seja como for, esse processo causará muita consternação e muita volatilidade nos mercados.”

Desafios de sobra

Dimon, 66 anos, assumiu o comando do JPMorgan no final de 2005 e se tornou o líder de banco mais destacado e com posicionamentos mais explícitos nos EUA, muitas vezes atuando como porta-voz do setor. A carta anual dele tem 44 páginas — comparado a 65 no ano passado — e descreve “desafios em cada esquina”, uma mudança marcante em relação a 2021, quando ele previa uma expansão econômica que poderia durar por anos.

Os EUA precisam estar preparados para uma guerra longa na Ucrânia, com resultados imprevisíveis, segundo ele. Dimon informou que, embora a exposição direta do JPMorgan à Rússia seja limitada, a instituição ainda pode perder cerca de US $ 1 bilhão ao longo do tempo. O maior banco dos EUA, com US$ 3,74 trilhões em ativos no final do ano, também está preocupado com os impactos secundários das sanções e com as reações da Rússia.

Dimon pediu uma reestruturação do comércio global e das cadeias de suprimentos, que podem ameaçar a segurança nacional. A escalada dos preços de energia ressalta a “necessidade global urgente de fornecer recursos energéticos de forma segura, confiável e acessível”, escreveu ele.

Embora soluções de energia limpa de longo prazo sejam importantes, os EUA precisam aumentar produção de energia e enviar mais gás natural liquefeito para a Europa “imediatamente”, disse ele, observando que esses objetivos não se excluem mutuamente.

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