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Centros de Ebola são invadidos no Congo como protesto

Manifestantes queimaram pneus e atacaram centros de Ebola contra a decisão de excluir suas cidades de participar da eleição do país

Ebola no Congo: agentes protegidos para não serem contaminados pela doença (Samuel Mambo/Reuters)

Ebola no Congo: agentes protegidos para não serem contaminados pela doença (Samuel Mambo/Reuters)

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Reuters

Publicado em 27 de dezembro de 2018 às 16h20.

Última atualização em 8 de julho de 2019 às 15h54.

Kinshasa - Forças de segurança do leste da República Democrática do Congo usaram gás lacrimogêneo e munição real para dispersar manifestantes que queimaram pneus e atacaram centros de Ebola nesta quinta-feira, 27, para protestar contra a decisão de excluir suas cidades de participar da eleição presidencial do país.

Na quarta-feira, a comissão eleitoral (Ceni) anunciou que irá cancelar a votação da eleição presidencial de domingo nas cidades de Beni, Butembo e áreas próximas devido a um contínuo surto de Ebola e a violência de milícias.

Essas áreas são redutos da oposição ao atual presidente Joseph Kabila e políticos locais denunciaram a medida como um esforço para influenciar a votação a favor do candidato do governo, Emmanuel Ramazani Shadary.

"Havia um grupo de manifestantes que queriam entrar no escritório da Ceni... para exigir a suspensão da decisão", disse Giscard Yere, morador de Beni. "Mas, os policiais e soldados que estavam lá atiraram para dispersar os manifestantes".

Manifestantes saquearam um centro de isolamento de Ebola em Beni e é possível que pacientes tenham fugido do local, disse à Reuters Aruna Abedi, vice-diretor da agência de resposta à doença.

Os manifestantes também atacaram o escritório da agência responsável por coordenar a resposta à Ebola em Beni, antes de serem contidos por agentes pacificadores da ONU, disse Abedi.

"Manifestantes tentaram forçar a porta do centro", disse Abedi à Reuters. "Eles estavam entoando canções hostis ao governo e exigindo eleições. Eles lançaram projéteis".

A eleição para substituir Kabila, que tem governado a República Democrática do Congo desde que assumiu o lugar de seu pai em 2001, deveria ter acontecido em 2016, mas tem sido repetidamente adiada.

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