Mundo

Center Norte é interditado - e os funcionários protestam

Shopping não abriu as portas após cassação de liminar que autorizava abertura

O Center Norte também afirma que concluirá as obras de implantação de todo o sistema de mitigação dos gases “o mais rapidamente possível” (Divulgação)

O Center Norte também afirma que concluirá as obras de implantação de todo o sistema de mitigação dos gases “o mais rapidamente possível” (Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 5 de outubro de 2011 às 11h08.

São Paulo - As entradas do Shopping Center Norte, em São Paulo, foram interditadas na manhã desta quarta-feira pela Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente. Na terça, uma decisão da Justiça cassou a liminar que mantinha o shopping aberto. A prefeitura havia recorrido da decisão anterior alegando risco de explosão devido à presença de gás metano no subsolo.

No início da manhã, lojistas e visitantes que tentaram entrar no estabelecimento foram barrados pelos seguranças e pela Guarda Civil Metropolitana da cidade. Dentro do centro comercial, técnicos da Secretaria do Meio Ambiente faziam uma vistoria. Do lado de fora, funcionários faziam um piquete, pedindo ressarcimento do lucro perdido nos dias parados.

O vice-presidente do Sindicato dos Comerciários, José Gonzaga da Cruz, afirmou que o órgão vai ajuizar uma ação contra as lojas do estabelecimento, pedindo a manutenção do emprego dos 6.000 funcionários, já que a paralisação não partiu deles. Ele ainda criticou a postura da administração do shopping, que partiu para a luta jurídica. “Se o Center Norte tivesse agido com rapidez, nada disso teria ocorrido”, argumentou. Segundo Gonzaga da Cruz, o sindicato estuda a possibilidade de pedir um adicional de periculosidade para os trabalhadores, que pode chegar a 30%, por eles sofrerem riscos no local.

Os 91 taxistas que trabalham no ponto em frente ao shopping também foram prejudicados com a situação. No entanto, eles apoiam a decisão da Justiça de interditar o local até que o problema ambiental seja resolvido. O taxista Cleuton Dantas afirma que costuma pegar até três passageiros no início da manhã e, nesta quarta, não atendeu nenhum. “É complicado. Mas tem que fechar uns dias para a segurança mesmo. Depois reinaugura e faz uma promoção”, defende.

Justiça - No fim da noite desta terça, o shopping divulgou um comunicado afirmando que, “por questões eminentemente processuais”, não abriria as portas na quarta. “É importante ressaltar que a decisão judicial não faz referência à existência de perigo iminente de explosão”, destaca a nota.

No texto, o Center Norte também afirma que concluirá as obras de implantação de todo o sistema de mitigação dos gases “o mais rapidamente possível”. O Termo de Ajustamento de Conduta assinado com o Ministério Público e a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental do estado (Cetesb) determinava que fossem instalados nove drenos no local para extração do metano do subsolo, com bombas de sucção. A administração do shopping, porém, afirma que vai instalar um a mais. Até esta quarta, somente dois foram concluídos. O TAC deve ser cumprido até o dia 18 deste mês.


A determinação do juiz Emílio Migliano Neto, da 7ª Vara de Fazenda Pública, ressalta que a instalação deverá ser acompanhada por um perito judicial porque as versões das análises feitas pelos engenheiros ambientais contratados pelo shopping e as feitas por profissionais da Cetesb são “diametralmente opostas”.

Foi a Companhia estadual que enviou os laudos que motivaram a Secretaria do Meio Ambiente a interditar o shopping, além do Carrefour e do Lar Center, que ficam na mesma área. Para a companhia ambiental, há risco de explosão do metano, em caso de infiltração em áreas confinadas.

Acompanhe tudo sobre:Center NorteEmpresasJustiçaShopping centers

Mais de Mundo

Trump nomeia Robert Kennedy Jr. para liderar Departamento de Saúde

Cristina Kirchner perde aposentadoria vitalícia após condenação por corrupção

Justiça de Nova York multa a casa de leilões Sotheby's em R$ 36 milhões por fraude fiscal

Xi Jinping inaugura megaporto de US$ 1,3 bilhão no Peru