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Centenas protestam em Wall Street contra desigualdade

A polícia armou um forte esquema de segurança em torno da Bolsa de Valores e outros pontos do distrito financeiro de Nova York, contra a manifestação Ocupe Wall Street

Autoridades prenderam pelo menos 50 pessoas por volta de 10 horas (Mike Segar/Reuters/Reuters)

Autoridades prenderam pelo menos 50 pessoas por volta de 10 horas (Mike Segar/Reuters/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 17 de novembro de 2011 às 16h49.

Nova York - Centenas de manifestantes do movimento Ocupe Wall Street saíram em passeata pelo distrito financeiro de Nova York em direção à bolsa de valores nesta quinta-feira para protestar no coração do capitalismo norte-americano contra a desigualdade econômica.

A polícia havia prendido pelo menos 50 pessoas por volta de 10 horas (13 horas em Brasília), segundo o porta-voz da corporação Paul Browne. A maioria foi detida sob a acusação de conduta desordeira e resistência à prisão.

A polícia armou um forte esquema de segurança em torno da Bolsa de Valores e outros pontos do distrito financeiro de Nova York.

Dezenas de policiais formaram barricadas nas ruas estreitas em torno da bolsa e usaram cassetetes para empurrar os manifestantes para a calçada enquanto eles seguiam por uma rua, vindo de um parque próximo, na tentativa de evitar que os trabalhadores do setor financeiro chegassem a seus locais de trabalho.

Gritando "Nós somos os 99 por cento" -- uma referência à afirmação de que o sistema político dos EUA beneficia só o 1 por cento de mais ricos -- e carregando cartazes onde se lia "Nós, o povo", os manifestantes lotaram uma rua a poucos quarteirões da bolsa de valores, parando o tráfego.

A polícia começou a prender várias pessoas depois que elas se sentaram e deitaram na rua.

O taxista Mike Tupea, um imigrante romeno, disse que ficou parado no trânsito por 40 minutos.

"Eu tenho que ganhar a vida. Pago 100 dólares por 12 horas neste táxi. Estou perdendo dinheiro a cada minuto", disse ele. "Eu dou toda a minha simpatia para este movimento, mas deixe-me ganhar o meu dinheiro, deixe as pessoas que trabalham ganhar a vida." A maioria das manifestações do movimento que já dura 2 meses, em Nova York, contou com a participação de centenas de pessoas, mas um porta-voz dos manifestantes e autoridades da cidade disseram na quarta-feira que esperavam que dezenas de milhares de pessoas aparecessem neste dia de ação.

Os manifestantes planejam levar o protesto para 16 estações de metrô mais tarde nesta quinta-feira, e em seguida retornar à Prefeitura para uma manifestação antes de marcharem pela ponte do Brooklyn. No mês passado, mais de 700 pessoas foram presas durante uma passeata semelhante em toda a ponte, depois que alguns manifestantes bloquearam o tráfego.

"MOVIMENTO MENTAL E ESPIRITUAL" A manifestação acontece dois dias depois que a polícia expulsou centenas de manifestantes de seu acampamento no Parque Zuccotti, em Manhattan, onde o movimento Ocupem Wall Street nasceu, em 17 de setembro, e provocou manifestações de solidariedade e ocupação de espaços públicos por todo o país.

O movimento também incentivou ações semelhantes em outras partes do mundo.

Peter Cohen, um antropólogo de Nova York, usava um terno durante o protesto em uma tentativa de melhorar a imagem do movimento.

"Eu tenho um trabalho e (estou vestindo o terno) porque eu estou cansado da maneira como este movimento tem sido caracterizado como um movimento marginal", disse Cohen, de 47 anos. "Eu não estou à procura de dinheiro, não estou procurando um emprego, não sou um ativista profissional, apenas um cidadão normal." Os manifestantes dizem que eles estão irritados porque bilhões de dólares em resgates dados aos bancos durante a recessão permitiram um retorno dos grandes lucros para essas instituições, enquanto os norte-americanos comuns não tiveram alívio do alto desemprego e da economia em dificuldades.

Eles também dizem que o 1 por cento de mais ricos não paga sua justa parcela de impostos.

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