BCE: helicópteros sobrevoavam a multidão, estimada pela polícia em 600 pessoas (Simon Dawson/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 2 de outubro de 2014 às 11h48.
Nápoles - Centenas de manifestantes enfrentaram a polícia nesta quinta-feira em frente ao palácio Capodimonte, em Nápoles, no sul da Itália, onde o Banco Central Europeu está realizando uma de suas reuniões costumeiras de fixação de taxas.
Imagens de televisão mostraram policiais da tropa de choque bloqueando o acesso dos manifestantes ao antigo palácio real do século 18, onde o presidente do BCE, Mario Draghi, vai dar uma entrevista à imprensa após a reunião.
Os manifestantes gritavam palavras de ordem e caminhavam atrás de uma faixa com os dizeres "A insegurança no trabalho, a pobreza, o desemprego, a especulação. Livrai-nos do BCE!" e, por meio de alto-falantes, criticavam cortes de despesas, perdas de empregos e as políticas de austeridade que disseram ser impostas pelas autoridades da União Europeia em Bruxelas.
Helicópteros sobrevoavam a multidão, estimada pela polícia em 600 pessoas. Houve tumulto e manifestantes mascarados atiraram fogos de artifício e bombas de fumaça, enquanto a polícia respondia com gás lacrimogêneo e jatos d'água.
A Itália, em sua terceira recessão em seis anos, está passando por uma crise que o governo diz que já levou a uma contração econômica mais profunda do que a Grande Depressão de 1929.
O sul da Itália é a região mais gravemente afetada. O BCE cortou sua principal taxa de juros para próximo de zero e está planejando um grande programa de compra de ativos para estimular a concessão de crédito à economia da zona do euro.
Draghi também pediu aos governos que façam a sua parte para aumentar a confiança, tornando as suas economias mais produtivas e competitivas.