Mulheres: "As oportunidades iguais não estão aqui. Ao menos para a próxima geração, elas precisam estar aqui", disse a vereadora Karin Rykart (Arnd Wiegmann/Reuters)
Reuters
Publicado em 14 de junho de 2019 às 15h56.
Genebra/Zurique - Centenas de milhares de suíças realizaram uma greve nesta sexta-feira para ressaltar o histórico ruim do rico país europeu nos direitos das mulheres, recriando a paixão da última paralisação do tipo, ocorrida 28 anos atrás.
Em Zurique, a capital financeira e a maior cidade do país, dezenas de milhares de manifestantes encheram as ruas, soprando apitos e batendo potes e panelas. "Homens, vão passar roupa", dizia um cartaz.
"Não se trata só de salários. As oportunidades iguais não estão aqui. Ao menos para a próxima geração, elas precisam estar aqui", disse a vereadora Karin Rykart enquanto centenas de funcionárias municipais e policiais protestavam.
Apesar de sua qualidade de vida alta, a Suíça está atrás de outras economias desenvolvidas nos salários das mulheres e na igualdade de gênero no ambiente de trabalho.
O evento desta sexta-feira ecoa uma greve de 1991, portanto cinco anos antes de a Lei de Igualdade de Gênero entrar em vigor. Esta proibiu a discriminação e o assédio sexual no ambiente de trabalho e protegeu as mulheres de comportamentos tendenciosos ou de demissão por gravidez, estado civil ou gênero.
Mas mais de 20 anos mais tarde, elas continuam ganhando menos do que os homens, veem sua competência ser questionada rotineiramente e se deparam com condescendência no trabalho, disseram.
As organizadoras disseram que a greve chama atenção para os salários, a violência contra a mulher e a necessidade de representatividade maior em posições de poder e de políticas familiares mais equitativas.