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Cenário no norte do Chile 'é desolador', descreve presidente

Segundo a presidente Michelle Bachelet o cenário no norte árido chileno "é desolador" após o temporal que deixou 10 mortos e 19 desaparecidos

Moradores retiram objetos de local inundado em Chañaral, no Chile (REUTERS/Ivan Alvarado)

Moradores retiram objetos de local inundado em Chañaral, no Chile (REUTERS/Ivan Alvarado)

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Da Redação

Publicado em 28 de março de 2015 às 15h39.

O cenário no norte árido chileno "é desolador", após o temporal que deixou 10 mortos e 19 desaparecidos, descreveu neste sábado a presidente Michelle Bachelet.

"O cenário é desolador, e precisamos acelerar o passo para chegar a localidades que ainda estão isoladas e precisam da nossa ajuda", pediu a presidente no palácio de governo, após participar de uma reunião do comitê de emergência.

Bachelet retornou a Santiago ontem, após uma visita de dois dias à região do Atacama e à cidade vizinha de Antofagasta, no norte árido chileno, onde a forte chuva provocou avalanches de lama e a inundação de povoados inteiros.

Segundo a presidente, o número de vítimas pode aumentar: "À medida que se consiga chegar a outros lugares, estes números devem mudar."

Até o momento, eram contabilizadas 5.584 pessoas desabrigadas e 4.427 casas danificadas.

Bachelet informou que 7.873 efetivos se mantinham cuidando da população e colaborando com a limpeza da região, que se mantém em estado de exceção e já recebeu do governo 273 toneladas de ajuda.

Após dois dias de precipitações, o sol voltou a brilhar na região do Atacama, 800 km ao norte de Santiago, revelando a destruição provocada pela cheia de vários rios, que arrastaram tudo em sua passagem.

A cheia abrupta de rios que, por anos, permaneceram secos dividiu povoados em dois e arrastou centenas de casas em localidades como Alto del Carmen, Tierra Amarilla, Chañaral, Diego de Almagro e Copiapó.

Entre as milhares de histórias dos desabrigados está a de Victor Zamora, um dos 33 mineradores do Atacama resgatados em 2010 após permanecerem mais de dois mesos presos em uma mina.

"Esta é mais uma tragédia. Perdemos tudo", lamentou, em uma entrevista telefônica à AFP desde o povoado Tierra Amarilla.

A chuva que caiu na área, onde fica o Deserto do Atacama, o mais seco do mundo, superou amplamente a média na região, que arrasta anos de seca e não conta com preparo para lidar com enchentes.

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