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Celulares, MP3, tablets: pequenos formatos, grande impacto no planeta

Em termos de gases de efeito estufa, a compra de equipamentos eletrônicos representa de 6 a 7% das emissões anuais de um cidadão francês

Atualmente, menos da terça parte dos aparelhos vendidos no mercado é colocada ao fim de sua vida útil em locais apropriados para reciclagem. (Foursquare/Wikimedia Commons)

Atualmente, menos da terça parte dos aparelhos vendidos no mercado é colocada ao fim de sua vida útil em locais apropriados para reciclagem. (Foursquare/Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 20 de dezembro de 2010 às 19h27.

Paris - São pequenos, leves e tentadores, mas os celulares, os MP3, os tablets ou outros brinquedinhos eletrônicos que dominarão as árvores de Natal este fim de ano têm um impacto notável sobre o meio ambiente.

De sua fabricação - que requer a extração de minerais raros que geram emissões de CO2 - até o final de sua vida, quando devem ser submetidos a um processo de reciclagem nem sempre empregados, estes aparelhos têm todas as características necessárias para não integrar a lista de presentes dos defensores do meio ambiente.

"São aparelhos em miniatura, com um aspecto inofensivo, mas têm um impacto ambiental colossal: para extrair pequenas quantidades de minerais, é preciso desmatar hectares de florestas e espaços naturais", denuncia Annelaure Wittmann, da Associação Amigos da Terra.

Wittmann cita o exemplo República Democrática do Congo (RDC), onde a extração de mineral indispensável para a fabricação de celulares ameaça as populações de gorilas. Esta ONG já lançou ataques contra o iPad da Apple, criticando "o incrível desperdício de matérias-primas que sua fabricação requer".

Em termos de gases de efeito estufa, a compra de equipamentos eletrônicos representa de 6 a 7% das emissões anuais de um cidadão francês, mais da metade das quais vem de televisores, segundo Jean-Marc Jancovici do gabinete de assessoria Carbone 4.

O Centro Nacional francês de Informação Independente sobre Dejetos (Cniid), que milita por uma redução destes resíduos, denuncia, por sua parte, "a estratégia deliberada" dos fabricantes destes aparelhos ao reduzir a duração de sua vida ativa, porque são dificilmente reparáveis ou porque estão submetidos à "ditadura da moda".

"São vendidos como coisas indispensáveis de ter, dando a impressão de que não se pode viver sem um iPhone", lamenta Hélène Bourges, encarregada do Cniid.

A importante taxa de renovação destes aparelhos - a cada dois anos para os celulares, por exemplo - causa um problema, já que muitos deles são descartados quando podiam ser úteis.

Esses aparelhos, cujos componentes são de forte poluição, não devem ser jogados em latas de lixo comum, e sim em lugares de reciclagem especiais, recorda Christian Brabant, diretor-geral da "Eco-systèmes", o organismo francês que gerencia desde 2006 o recolhimento de resíduos de equipamentos elétricos e eletrônicos.

Atualmente, menos da terça parte dos aparelhos vendidos no mercado é colocada ao fim de sua vida útil nesses locais de reciclagem (6,5 kg por habitante por 22 kg de produtos comercializados em 2009).

"Muitos aparelhos são guardados ou jogados no lixo. A prioridade é levá-los aos locais adequados ou devolvê-los ao distribuidor", explica.

Para quem, apesar de tudo, querem ganhar um novo smartphone de presente de Natal, é possível encontrar material de segunda mão, afirma Annelaure Wittmann, que aconselha, além disso, que sejam dados presentes mais virtuais, como um lote de canções para ser baixado legalmente.

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