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CBS anuncia saída de presidente após novas denúncias de abuso sexual

Após 15 anos no cargo, a emissora americana CBS anunciou neste domingo a saída imediata de seu presidente

Leslie Moonves: foi denunciado neste domingo por seis outras mulheres que o acusam de agressão sexual (Brendan McDermid/Reuters)

Leslie Moonves: foi denunciado neste domingo por seis outras mulheres que o acusam de agressão sexual (Brendan McDermid/Reuters)

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AFP

Publicado em 10 de setembro de 2018 às 09h31.

Última atualização em 10 de setembro de 2018 às 09h32.

A emissora americana CBS anunciou neste domingo a saída imediata de Leslie Moonves, seu presidente durante 15 anos, do cargo, após a publicação de novas denúncias de assédio e abuso sexual na revista The New Yorker.

A decisão é uma queda significativa para Moonves, de 68 anos, celebrado em Wall Street por transformar a emissora mais popular dos Estados Unidos e consolidar a reputação de seu canal a cabo Showtime.

Moonves foi denunciado neste domingo na New Yorker por seis outras mulheres que o acusam de agressão sexual e de dificultar suas carreiras, impedindo suas promoções.

Uma delas disse ao jornalista Ronan Farrow que Moonves a forçou a fazer sexo oral e depois empurrou-a violentamente contra uma parede.

Em julho, outras seis mulheres já haviam denunciado o executivo à revista New Yorker por apalpadas e beijos forçados.

A CBS informou em um comunicado publicado em seu portal a empresa e Moonves vão doar imediatamente 20 milhões de dólares a uma ou mais organizações que apoiem o movimento #MeToo e a igualdade de gênero no trabalho.

A emissora indicou que o dinheiro virá de uma eventual indenização de saída para Moonves, que não será entregue até que sejam revelados os resultados de uma investigação das denúncias encomendada pela CBS.

Há rumores de que Moonves poderia receber 100 milhões de dólares em ações. Seu contrato prevê uma indenização de saída de 180 milhões de dólares. Mas também poderia não receber nada.

A CBS afirmmou em um comunicado que na atual situação "não pagará nenhuma indenização".

Uma das acusadoras de Moonves, Jessica Pallingston, afirmou a New Yorker que pagar uma indenização seria "completamente repugnante".

O movimento Time's Up, que replica o #MeToo em vários setores econômicos, denunciou no Twitter a existência de "uma cultura tóxica de cumplicidade na CBS".

"A emissora tem a obrigação de agir rapidamente e de maneira determinada para criar um ambiente de trabalho seguro para todos", completou.

Moonves nega veementemente todas as acusações e afirma que elas fazem parte de uma campanha para difamá-lo.

A CBS anunciou um acordo com a família Redstone, que controla 80% dos direitos de voto da emissora, para evitar por pelo menos dois anos uma fusão com a Viacom, da mesma família.

Moonves e vários diretores da CBS se opunham a esta fusão, impulsionada por Shari Redstone. Se não chegassem a um acordo, o processo sobre este litígio deveria começar em 3 de outubro em um tribunal no estado de Delaware.

O diretor operacional da CBS, Joseph Ianniello, que entrou na empresa em 2005 e ocupa este cargo desde 2013, será o presidente interino até que se decida o sucessor de Moonver.

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