Faixa de Gaza: agências da ONU pedem à comunidade internacional que "faça mais" para ajudar palestinos (MAHMUD HAMS /AFP)
Agência de notícias
Publicado em 21 de outubro de 2023 às 18h20.
Última atualização em 21 de outubro de 2023 às 18h22.
A situação humanitária na Faixa de Gaza é "catastrófica", alertaram neste sábado, 21, cinco agências da Organização das Nações Unidas (ONU), onde os hospitais estão lotados e as crianças morrem "a um ritmo alarmante".
A Organização Mundial da Saúde, o Programa Alimentar Mundial, o Fundo das Nações Unidas para a Infância, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento e o Fundo das Nações Unidas para a População recordaram em um comunicado que a situação humanitária em Gaza já era "desesperadora" antes do conflito desencadeado pelo ataque do grupo islamita palestino Hamas em Israel, em 7 de outubro.
"Agora é catastrófica", disseram as agências, pedindo à comunidade internacional que "faça mais" para ajudar os moradores de Gaza.
"O tempo está se esgotando antes que as taxas de mortalidade disparem devido ao surgimento de doenças e à falta de capacidade de cuidados médicos", alertam.
A Faixa de Gaza, um território estreito com 362 km², está sob um "cerco total" imposto por Israel desde 9 de outubro, que cortou o fornecimento de água, eletricidade e alimentos.
De acordo com estas agências da ONU, "as crianças estão morrendo a um ritmo alarmante, privadas de seus direitos à proteção, à alimentação, à água e aos cuidados médicos".
"Os hospitais estão lotados de feridos. Os civis têm cada vez mais dificuldade em ter acesso a alimentos essenciais", acrescentam.
No entanto, para a ONU, esta quantidade é insuficiente e a organização pede pelo menos 100 caminhões por dia para os 2,4 milhões de habitantes de Gaza privados de tudo.
Segundo autoridades de Israel, mais de 1.400 pessoas morreram em território israelense desde que o Hamas lançou sua ofensiva, a maioria eram civis que foram mortos no primeiro dia do ataque. Cerca de 1.500 combatentes do grupo islamita foram mortos na contraofensiva lançada pelo Exército de Israel, informou esta força de segurança.
O movimento palestino mantém mais de 200 pessoas em cativeiro.
Já em Gaza, mais de 4.300 palestinos, majoritariamente civis, morreram nos constantes bombardeios de represália israelenses, de acordo com o Ministério da Saúde do Hamas.
O Hamas lançou a "Operação Al-Aqsa Flood" para, segundo alega, defender a mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém, palco de tensões entre palestinos e israelenses.
A Faixa de Gaza é um região palestina localizada ao leste do território israelense, a oeste pelo Mediterrâneo e ao sul pelo Egito. Mais de dois milhões de palestinos vivem na região, com quase 6.000 habitantes por km² — uma das densidades populacionais mais altas do mundo.
O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) não reconhece o Hamas como um grupo terrorista. Países como Estados Unidos, Reino Unido, Japão, Austrália e nações da União Europeia apontam que o Hamas é uma organização terrorista.
Ismail Haniyeh lidera o Hamas desde 2017 e reside em Doha, Catar, desde 2020 devido às restrições de saída e entrada em Gaza, que enfrenta bloqueios em suas fronteiras tanto com Israel quanto com o Egito.
Na sua Carta de Princípios de 1988, o Hamas declarou que a Palestina é uma terra islâmica e não reconhece a existência do Estado de Israel.