Peregrinação: única forma de os peregrinos chegarem ao território saudita é viajar em um avião que faz escala em outro país e que não seja da companhia aérea catariana (Ahmed Jadallah/Reuters)
EFE
Publicado em 21 de agosto de 2017 às 14h04.
Cairo - O Ministério de Relações Exteriores do Catar recusou nesta segunda-feira a proposta da companhia aérea saudita Saudia de fretar voos para transportar os peregrinos catarianos à cidade santa de Meca, após o bloqueio terrestre e aéreo imposto por Riad sobre o país vizinho.
O diretor do Escritório de Informação da pasta, Ahmed bin Said al Rimihi, disse em nota que é "ilógica" e "sem precedentes" a iniciativa tomada pela Saudia a pedido do rei da Arábia Saudita, Salman bin Abdulaziz bin Abdul Rahman.
Além disso, acrescentou que "é contra os princípios do islã, que pede para facilitar a peregrinação a todos os muçulmanos", que devem realizar este preceito religioso pelo menos uma vez na vida.
O texto indica que os peregrinos de qualquer país deveriam se transladar através dos meios de transporte marítimo, terrestre ou aéreo de seu país ou de qualquer outro que escolherem.
A mensagem acrescenta que, quando se foram cortadas as relações diplomáticas com a Arábia Saudita em outras ocasiões, "nunca antes" foi oferecida aos peregrinos a opção de serem levados à Arábia Saudita em voos especiais fretados por este país.
O comunicado recusou a "caridade" por parte das autoridades sauditas e declarou que o Catar e os peregrinos catarianos "não precisam de ajuda para cobrir as suas despesas para realizar o 'hach'" (peregrinação). Por último, pediu para deixar o "hach" à margem das disputas políticas.
No último domingo, a companhia aérea saudita disse que ainda não tinha obtido a permissão das autoridades do Catar para aterrissar no país e recolher os fiéis que desejam viajar a Meca.
A Arábia Saudita fechou a fronteira terrestre com o Catar e proibiu que os aviões da Qatar Airways transitem por seu espaço aéreo. A única forma de os peregrinos chegarem ao território saudita é viajar em um avião que faz escala em outro país e que não seja da companhia aérea catariana.