Agência de Notícias
Publicado em 5 de março de 2025 às 11h16.
Última atualização em 5 de março de 2025 às 11h17.
O Catar negou nesta quarta-feira as alegações do Shin Bet, a agência de inteligência doméstica de Israel, de que financiou a ala militar do grupo palestino Hamas, o que teria contribuído para o ataque de 7 de outubro de 2023.
"Nenhuma ajuda foi entregue à ala política ou militar do Hamas", disse o escritório de mídia internacional do Catar em um comunicado, ressaltando que "as alegações de que a ajuda do Catar foi destinada ao Hamas são completamente falsas e servem como prova de que os acusadores estão tentando prolongar a guerra".
Essas alegações foram incluídas nas conclusões da investigação realizada por cada uma das unidades do Shin Bet e por uma equipe externa de ex-funcionários de alto escalão, e que foram publicadas ontem, terça-feira, pela imprensa israelense.
"As falsas acusações vertidas pela agência de segurança Shin Bet ligando a ajuda do Catar ao ataque de 7 de outubro são mais um exemplo de desvio motivado por interesse próprio e autopreservação na política israelense", criticou o comunicado.
A declaração enfatizou que é "bem sabido em Israel e internacionalmente" que toda a ajuda enviada do Catar para a Faixa de Gaza foi transferida com "total conhecimento, apoio e supervisão das atuais e antigas administrações israelenses e suas agências de segurança, incluindo o Shin Bet".
Entre os exemplos desse conhecimento, o escritório do Catar alegou que o combustível financiado pelo país do Golfo foi coordenado com o Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (UNOPS) e transferido através da passagem comercial de Kerem Shalom, a única travessia designada em Israel para a entrada de mercadorias em Gaza.
Além disso, enfatizou que o Catar, um dos mediadores da trégua entre o Hamas e Israel, fornece ajuda humanitária às famílias de Gaza há muitos anos, incluindo suprimentos essenciais como alimentos e remédios, além de eletricidade para as casas.
"Nesta conjuntura crítica, o Shin Bet e outras agências de segurança israelenses devem se concentrar em salvar os reféns restantes e encontrar uma solução que garanta a segurança regional a longo prazo, em vez de recorrer a táticas diversionistas, como usar o Catar como bode expiatório para ganhar longevidade política", concluiu.