Catar: o país é acusado de trabalhar para promover a instabilidade na região, além de financiar grupos terroristas (Hamad I Mohammed/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 5 de junho de 2017 às 10h04.
Londres - O reino do Catar condenou nesta segunda-feira o corte unilateral de laços diplomáticos de nações árabes e disse não ver "justificativa legítima" para a posição dos países.
"A decisão é uma violação da nossa soberania e esperamos que não afete os nossos cidadãos", afirmou, em nota, o Ministério das Relações Exteriores do país.
Mais cedo, quatro nações do mundo árabe - Arábia Saudita, Egito e Emirados Árabes Unidos e Bahrein - decidiram cortar todas as relações diplomáticas com o reino do Catar.
A decisão foi após acusações feitas pelos países de que a monarquia do Catar estaria trabalhando para promover a instabilidade na região, além de financiar grupos terroristas.
Um dos governos interinos da Líbia e o governo reconhecido pela comunidade internacional do Iêmen também seguiram cortaram relações com o país.
As tensões entre os países árabes têm ganhado força nos últimos meses, com crescentes acusações por parte da Arábia Saudita de que o governo de Doha apoiaria a instabilidade na região, além de promover uma aproximação indesejada com o Irã, força antagonista aos sauditas na região.
No último dia 27, o emir do Catar, Tamim bin Hamad Al Thani, parabenizou o presidente iraniano Hasan Rouhani pela sua reeleição - o que foi visto como uma afronta.
As quatro nações árabes também planejam cortar o acesso terrestre (feito apenas pela fronteira com a Arábia Saudita) e o tráfego marítimo e aéreo com o Catar.
As companhias aéreas Emirates e Etihad, dos Emirados Árabes Unidos, suspendeu os voos para Doha.
A FIFA informou que "mantém contato regular com o Catar" e que não fará comentários a respeito do corte de relações diplomáticas. O país será a sede da Copa do Mundo de Futebol de 2022. Fonte: Associated Press.