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Catalunha se aproxima de independência, com ameaças da Espanha

A crise que desafia a independência catalã, entra na fase decisiva a partir das 17H locais, com o início da sessão extraordinária do Parlamento regional

A última porta para um diálogo entre os independentistas e o governo de Madri parece ter fechado definitivamente na quarta-feira (Yves Herman/Reuters)

A última porta para um diálogo entre os independentistas e o governo de Madri parece ter fechado definitivamente na quarta-feira (Yves Herman/Reuters)

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AFP

Publicado em 26 de outubro de 2017 às 09h28.

O Parlamento da Catalunha inicia nesta quinta-feira uma sessão extraordinária de dois dias que pode resultar na declaração de independência, enquanto o Senado da Espanha, com sede em Madri, se prepara, ao mesmo tempo, para suspender o autogoverno da região.

A crise mais prolongada da democracia espanhola, o desafia da independência catalã, entra na fase decisiva a partir das 17H00 locais (13H00 de Brasília), com o início da sessão extraordinária do Parlamento regional em Barcelona.

A última porta para um diálogo entre os independentistas e o governo de Madri parece ter fechado definitivamente na quarta-feira.

O presidente catalão Carles Puigdemont, à frente de uma coalizão independentista, rejeitou a ideia de comparecer ao Senado para explicar suas razões para desejar a separação da Espanha.

O primeiro-ministro Mariano Rajoy repetiu que não resta outro caminho que a intervenção no governo catalão.

O Parlamento da Catalunha e o Senado iniciarão durante a quinta-feira os procedimentos respectivos sobre um mesmo ponto: a aplicação do artigo 155 da Constituição espanhola, que permite a intervenção no governo de uma região.

Rajoy pediu ao Senado que, com a aplicação do 155, permita a Madri destituir o governo catalão, limitar os poderes do Parlamento regional, intervir nos organismos públicos que considere necessário e convocar eleições regionais em um prazo de seis meses.

Diante do político para a Catalunha, Espanha e Europa, após quatro décadas de amplo autogoverno, Puigdemont parece inclinado a retirar a suspensão que pesa sobre a independência desde 10 de outubro, de acordo com a imprensa catalã.

Naquele dia, Puigdemont afirmou que os resultados do polêmico referendo de 1º de outubro constituíam um "mandato popular" para fundar uma República catalã. E ao mesmo tempo, ele propôs a suspensão da declaração para negociar com Madri.

O governo de Rajoy reagiu de modo rápido: exigiu que Puigdemont esclarecesse sua declaração e ameaçou com a aplicação do artigo 155.

O objetivo catalão é antigo e muito desejado pelos nacionalistas, mas pode ser efêmero.

A independência da Catalunha provoca hostilidade na União Europeia e dividiu profundamente a sociedade catalã.

A principal dúvida é saber que câmara vai atirar primeiro: o Senado com a suspensão da autonomia catalã ou o Parlamento de Barcelona com a declaração de independência.

Na estratégia de não ceder, o governo de Rajoy tem o apoio condicional do opositor Partido Socialista, do partido liberal 'Ciudadanos' e, no plano internacional, da União Europeia.

O governo catalão parece isolado, apesar dos muitos esforços para chamar a atenção internacional.

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