Presidente cubano, Raúl Castro: político lamentou ao assumir o poder que a revolução não tenha conseguido preparar uma transferência de geração (Alexander Nemenov/AFP)
Da Redação
Publicado em 26 de julho de 2013 às 19h15.
Havana - O presidente cubano, Raúl Castro, disse nesta sexta-feira que a histórica geração octogenária que governa o país continua cedendo o poder aos jovens, mas advertiu que manter a unidade e o socialismo são prioridades de sua gestão.
Raúl, de 82 anos e sucessor do irmão Fidel na Presidência cubana desde 2008, lamentou ao assumir o poder que a revolução não tenha conseguido preparar uma transferência de geração devido a uma deficiência política de quadros.
Em fevereiro, Raúl foi reeleito como presidente da ilha e anunciou que vai se aposentar em 2018. O Parlamento cubano substituiu em fevereiro o octogenário primeiro vice-presidente, José Ramón Machado Ventura, pelo engenheiro Miguel Díaz-Canel, de 53 anos.
"Está em andamento o processo de transferência paulatina e ordenada para as novas gerações das principais responsabilidades de direção na nação", disse Raúl em uma cerimônia pelo Dia da Rebeldia Nacional na província de Santiago de Cuba, cerca de 860 quilômetros a leste de Havana.
"A geração histórica vai cedendo seu lugar aos novos, com tranquilidade e confiança serena, com base na preparação e capacidade demonstrada de manter no alto as bandeiras da revolução e o socialismo", acrescentou Raúl diante de um público de 10 mil pessoas e de vários líderes de esquerda latino-americanos que foram a Cuba para participar do evento.
O fracassado ataque ao Quartel Moncada em 26 de julho de 1953 marcou o início da revolução que derrubou o ditador Fulgencio Batista em 1º de janeiro de 1959.
Em um congresso do Partido Comunista em abril de 2011, o governo de Raúl aprovou um plano com mais de 300 reformas econômicas com o objetivo de modernizar o socialismo vigente há meio século e anunciou um limite de dois mandatos de cinco anos em cargos do governo.
Desde que chegou ao poder, Raúl substituiu dezenas de ministros e reestruturou o governo, eliminando alguns ministérios e nomeando uma equipe de líderes mais jovens em temas importantes.
À frente das reformas, por exemplo, nomeou o vice-presidente Marino Murillo, de 52 anos, e nomeou o chanceler Bruno Rodríguez, de 55 anos, para o influente Bureau Político.
Líderes de esquerda latino-americanos como o venezuelano Nicolás Maduro, o boliviano Evo Morales, o nicaraguense Daniel Ortega e o uruguaio José Mujica, entre outros convidados, compareceram ao evento, em que ratificaram seu apoio à revolução.