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Casos de ebola podem se multiplicar por 10 até dezembro

Para a OMS, o número de casos reais seria 1,5 vez superior ao registrado na Guiné, duas vezes mais elevado em Serra Leoa e 2,5 vezes maior na Libéria


	Ebola: segundo último balanço da OMS, 8.914 pessoas contraíram a doença
 (Carl de Souza/AFP)

Ebola: segundo último balanço da OMS, 8.914 pessoas contraíram a doença (Carl de Souza/AFP)

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2014 às 18h16.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) advertiu nesta terça-feira que em dezembro podem ser registrados entre 5.000 e 10.000 novos casos de ebola por semana - enquanto atualmente a incidência é de 1.000 -, horas antes de uma reunião do Conselho de Segurança sobre a epidemia.

Com base em hipóteses de trabalho, o vice-diretor-geral da OMS, Bruce Aylward, avaliou que o número de novos casos pode passar dos mil por semana atuais para de 5.000 a 10.000 no começo de dezembro.

"Pode-se chegar de 5.000 e 10.000 casos por semana na primeira semana de dezembro", disse ele, ressaltando que estas são estimativas de trabalho para ajudar na luta contra o vírus no plano internacional.

"Há três ou quatro semanas, vínhamos tendo cerca de mil casos por semana", acrescentou.

Segundo o último balanço da epidemia, 8.914 pessoas contraíram a doença, das quais 4.447 morreram, informou a organização.

Para a OMS, o número de casos reais seria 1,5 vez superior ao registrado na Guiné, duas vezes mais elevado em Serra Leoa e 2,5 vezes maior na Libéria.

A mortalidade da epidemia de Ebola que assola a África Ocidental chega a 70% nesses três países, os mais afetados.

Aylward fez essas declarações um dia depois da morte de um funcionário sudanês da ONU com Ebola no hospital alemão onde tinha sido internado após contrair o vírus na Libéria.

Na Espanha, os médicos que tratam de Teresa Romero, a auxiliar de enfermagem de 44 anos infectada com o Ebola, estavam relativamente otimistas nesta terça diante da estabilização do quadro de saúde da paciente, após 15 dias com a doença.

O avanço do vírus, que matou mais de 4.000 pessoas principalmente na África Ocidental, e os esforços para tentar contê-lo estarão nesta terça-feira no centro de uma reunião do Conselho de Segurança da ONU em Nova York.

O presidente americano, Barack Obama, e o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, pediram que a comunidade internacional aumente seus esforços para enfrentar a doença.

Os ministros da Saúde da União Europeia devem se reunir na quinta-feira, em Bruxelas, para debater um reforço das medidas de controle nas fronteiras e a coordenação entre os países. No aeroporto londrino de Heathrow, os viajantes procedentes dos países mais afetados tiveram que preencher questionários e medir a temperatura nesta terça-feira.

- Autoridades criticadas na Espanha -

A Espanha decidiu formar todas as suas equipes de saúde que poderiam entrar em contato com o vírus. Muito criticada por sua gestão no caso de Teresa Romero, a ministra da Saúde, Ana Mato, compareceu nesta terça-feira ao Senado para dar explicações.

Na segunda-feira, o marido de Romero exigiu a renúncia do conselheiro de Saúde da região de Madri, que chegou a acusá-la de ter mentido sobre o ocorrido.

Nos Estados Unidos, as autoridades do setor de Saúde alegaram uma falha na aplicação das medidas de proteção para explicar o primeiro contágio em solo americano, o de uma funcionária do hospital de Dallas. Ela integrou a equipe que tratou de um paciente liberiano com Ebola, falecido na semana passada.

Na Libéria, o país mais afetado pela doença, os trabalhadores da Saúde decidiram suspender a greve iniciada na segunda-feira para exigir o adicional de insalubridade nos salários. Segundo a OMS, esses trabalhadores estão muito expostos ao vírus no país. Até o momento, 201 contraíram a doença e 95 morreram.

A diretora da OMS, Margaret Chan, admitiu que "nunca tinha visto uma crise sanitária ameaçar a sobrevivência de sociedades e governos em países por si só muito pobres".

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