Ebola: a Organização Mundial de Saúde estimou que a atual epidemia de pode atingir 20 mil pessoas (Dominique Faget/AFP)
Da Redação
Publicado em 3 de setembro de 2014 às 06h23.
Os casos de ebola crescem rapidamente na África ocidental e, provavelmente, seguirão aumentando nas próximas semanas, disse nesta terça-feira um alto funcionário americano, ao defender medidas urgentes para deter a epidemia.
"Apesar dos grandes esforços do governo americano - por meio do Centro para o Controle e Prevenção de Enfermidades (CDC) - e dos países afetados, o número de casos continua crescendo rapidamente", disse Tom Frieden, diretor do CDC.
"Temo que nas próximas semanas estes números aumentarão de forma importante", advertiu Frieden em entrevista coletiva para informar sobre sua recente viagem pelos países da África ocidental atingidos pela maior epidemia de ebola da história.
De acordo com o último boletim da OMS, até 26 de agosto a atual epidemia de ebola matou 1.552 pessoas, do total de 3.069 infectados em quatro países da África ocidental.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estimou na semana passada que a atual epidemia de ebola pode atingir cerca de 20 mil pessoas.
Segundo Frieden, o período no qual é possível deter esta epidemia antes que se estenda a outros países e seja ainda mais difícil de controlar "está próximo de chegar ao fim".
"É preciso agir agora (...) Sabemos o que fazer para deter o ebola", afirmou Frieden, citando a quarentena dos infectados e o acompanhamento dos pacientes curados.
Neste sentido, o presidente Barack Obama disse em mensagem de vídeo que "deter esta doença não será fácil, mas sabemos como fazê-lo".
"Podemos salvar vidas e nossos países podem trabalhar juntos para melhorar a saúde pública e para que este tipo de epidemia não aconteça novamente", acrescentou Obama no vídeo destinado principalmente a Libéria, Nigéria e Guiné.
A organização Médicos Sem Fronteiras está mais pessimista. "Após seis meses com a pior epidemia de ebola da história, o mundo está perdendo a batalha. Os líderes não conseguiram adotar as medidas adequadas contra esta ameaça multinacional", disse a presidente da MSF, Joanne Liu.