Enfermeiro com mostra de exame de covid-19 na cidade chinesa de Shenyang, em 9 de março de 2022 (AFP/AFP)
AFP
Publicado em 10 de março de 2022 às 08h38.
A China registrou nesta quinta-feira 402 novos casos de coronavírus, quase o dobro do número de quarta-feira, no momento em que a contagiosa variante ômicron está presente em um terço das províncias do país.
Apesar dos números muito reduzidos na comparação com grande parte do mundo, o balanço representa o maior nível de contágio para a China desde março de 2020.
O primeiro país a detectar o vírus no fim 2019 segue uma política rígida que permitiu conter a pandemia, mas com um elevado custo social e econômico.
Com a detecção de poucos casos em uma região ou cidade, as autoridades impõem geralmente severas medidas de confinamento e organizam testes em larga escala entre a população.
Depois de mais de dois anos de pandemia, o questionamento é cada vez maior sobre a viabilidade da estratégia, enquanto o resto do mundo tenta recuperar a normalidade e conviver com o vírus.
Em seu discurso anual no Parlamento, o primeiro-ministro Li Keqiang afirmou no sábado que a China deveria otimizar as medidas contra a epidemia.
A maioria dos novos casos de quinta-feira foi registrada na província de Jilin (nordeste), fronteira com a Coreia do Norte, e na cidade portuária de Qingdao (leste).
Apesar do aumento de casos, as autoridades locais parecem adotar uma estratégia mais moderada.
A capital de mesmo nome de Jilin não decretou um confinamento e apenas ordenou que os cidadãos evitem deslocamentos desnecessários.
Em Qingdao, apenas os habitantes das áreas em que foram detectados casos da variante ômicron estão sendo submetidos a testes em larga escala.
Como comparação, em outubro de 2020 esta metrópole de 10 milhões de habitantes organizou testes para todos os moradores após a detecção de alguns casos.
Em dezembro, as autoridades de Xi'an (norte) determinaram um confinamento de um mês aos 13 milhões de habitantes após um foco da doença na cidade. Este foi o confinamento mais prolongado na China desde o fechamento de Wuhan (centro), primeiro foco da pandemia, entre janeiro e abril de 2020.