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Casos de cólera saltam para 138 em Moçambique após passagem de ciclone

Ciclone Idai se abateu sobre Beira em 14 de março, provocando enchentes catastróficas e matando mais de 700 pessoas

Número de casos confirmados de cólera em Beira, cidade portuária moçambicana atingida por um ciclone, saltou de 5 para 138 (Mike Hutchings/Reuters)

Número de casos confirmados de cólera em Beira, cidade portuária moçambicana atingida por um ciclone, saltou de 5 para 138 (Mike Hutchings/Reuters)

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Reuters

Publicado em 29 de março de 2019 às 11h44.

Moçambique - O número de casos confirmados de cólera em Beira, cidade portuária moçambicana atingida por um ciclone, saltou de 5 para 138 nesta sexta-feira, e o governo e agências de assistência estão lutando para conter a proliferação da doença entre as dezenas de milhares de vítimas da tempestade.

O ciclone Idai se abateu sobre Beira em 14 de março, provocando enchentes catastróficas e matando mais de 700 pessoas em três países do sudeste africano.

Muitas áreas afetadas de Moçambique e do Zimbábue ainda estão inacessíveis por terra, o que complica os esforços humanitários e agrava a ameaça de infecção.

Embora ainda não haja mortes por cólera confirmadas em centros médicos moçambicanos, ao menos duas pessoas morreram fora de hospitais com sintomas como desidratação e diarreia, informou o ministro do Meio Ambiente, Celso Correia.

Um repórter da Reuters viu o corpo de uma criança morta sendo retirado de uma clínica de emergência de Beira na quarta-feira. A criança sofreu uma diarreia aguda, que pode ser um sintoma do cólera.

"Esperávamos por isso, estávamos preparados para isso, temos médicos no local", disse Correia a repórteres.

O governo confirmou pela primeira vez a existência de casos de cólera na quarta-feira.

O Instituto Nacional de Gerenciamento de Desastres de Moçambique disse que o saldo de mortes local resultante da tempestade tropical subiu de 468 para 493.

Essa cifra eleva o saldo de mortes total em Moçambique, Zimbábue e Malaui para 738 pessoas, e muitas mais ainda estão desaparecidas.

"Comunidades ilhadas estão dependendo de água altamente poluída. Isto, combinado com as enchentes generalizadas e o saneamento precário, cria terrenos férteis para surtos de doenças, inclusive o cólera", alertou o Comitê Internacional da Cruz Vermelha em um comunicado.

Em Genebra, Tarik Jasarevic, da Organização Mundial da Saúde (OMS), disse que 900 mil doses de vacina oral anticólera devem chegar na segunda-feira.

O cólera é endêmico em Moçambique, que teve surtos frequentes nos últimos cinco anos. Cerca de 2 mil pessoas foram infectadas na última epidemia, que terminou em fevereiro de 2018, segundo a OMS.

Mas a escala dos estragos na infraestrutura de distribuição de água e de saneamento de Beira, somada à densidade populacional, despertou o temor de que outra epidemia seria difícil de debelar.

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