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Casos de abusos sexuais atingem igrejas cristãs do sul da Índia

Casos de abuso sexual envolvendo membros de igreja cristãs fizeram com que um bispo católico e quatro padres ortodoxos fossem interrogados e presos

A Igreja prometeu que não protegerá os culpados e irá colaborar totalmente com a investigação (Amit Dave/File Photo/Reuters)

A Igreja prometeu que não protegerá os culpados e irá colaborar totalmente com a investigação (Amit Dave/File Photo/Reuters)

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EFE

Publicado em 15 de agosto de 2018 às 10h47.

Nova Délhi - O caso de um bispo católico acusado de estuprar uma freira e o de quatro padres ortodoxos que foram presos por abusarem sexualmente de uma mulher durante anos mancharam a imagem das igrejas cristãs no estado de Kerala, no sul da Índia.

Franco Mullackal, bispo católico em Punjab, foi interrogado nesta terça-feira por uma equipe da Polícia de Kerala depois que uma freira fez uma denúncia no final de junho acusando o religioso de estupro em repetidas ocasiões entre 2014 e 2016. Neste estado, de maioria hindu, 18% da população é cristã.

As autoridades ouviram a versão de Mullackal, que, por enquanto, não será detido até que seja confirmada, de acordo com K. Subhash, o superintendente adjunto encarregado da investigação. O interrogatório aconteceu um dia depois de Subhash comunicar ao Tribunal Supremo de Kerala que a investigação, ainda em curso, revelou que o bispo acusado "estuprou repetidamente" a freira "usando da sua posição de poder ".

Pouco depois da acusação, a Polícia de Kerala abriu uma investigação por abusos sexuais contra quatro sacerdotes da Igreja Ortodoxa Siríaca Malankara. Um homem denunciou à Polícia que a mulher com quem é casado foi abusada sexualmente pelo padre Abraham Varghese, quando tinha 16 anos. Quando a vítima contou em uma confissão o que tinha acontecido, outros três padres utilizaram a informação para agredi-la sexualmente durante anos.

O advogado de Varghese, Enoch David Simon, explicou à Efe que seu cliente e Jaise K. George - um dos três envolvidos - se entregaram na segunda-feira à Polícia do estado para ser interrogado, enquanto os outros dois foram detidos anteriormente e estão em liberdade pagando fiança. Os quatro religiosos mantêm que são inocentes, segundo Simon.

Embora ainda não tenham sido condenados, a Igreja prometeu às autoridades que "não protegerá os culpados e irá colaborar totalmente com a investigação e com qualquer decisão estabelecida pela Justiça", explicou à Efe P.C. Elias, porta-voz da congregação.

Já de acordo com o secretário-geral do Conselho de Bispos Católicos de Kerala (KCBC), Varghese Vallikkatt, as acusações são muito sérias e afetam a imagem da Igreja.

"A Igreja não vai evitar de nenhum modo que se faça justiça", disse à Efe Vallikkatt.

Após conhecer o caso dos quatro padres, a Comissão Nacional da Mulher enviou uma petição ao primeiro-ministro, Narendra Modi, para que ponha fim às confissões na Igreja, uma medida que criou uma forte rejeição entre as autoridades eclesiásticas.

O Conselho de Bispos Católicos, em comunicado, acusou o governo de ter "motivos políticos e comunitários" para criar "tensão e mal-estar religioso entre a minoria" com o objetivo de "dividir".

Segundo afirmou à Efe a vice-presidente da Associação Conselho de Ação da Igreja, Indulekha Joseph, que procura introduzir um sistema democrático na organização da instituição religiosa, Kerala não está preparada para acabar com a confissão. Porém a prática coloca a mulher e as crianças na mão de religiosos "não confiáveis" em um momento em que surgem "em grande número incidentes" que envolvem padres no país.

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