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Caso Francielly Ouriques: quais remédios não podem ser levados em viagens internacionais?

Tramal, que é vendido no Brasil sob prescrição médica, é considerado ilegal nos EUA e pode levar à deportação; saiba quais outros remédios também estão na lista

Remédios: países têm proibições diferentes sobre medicações  (freepik/Freepik)

Remédios: países têm proibições diferentes sobre medicações (freepik/Freepik)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 19 de abril de 2025 às 10h46.

A modelo e influenciadora digital Francielly Ouriques, detentora de três títulos de Miss Brasil, relatou em suas redes sociais que foi detida e deportada dos Estados Unidos, após uma abordagem durante uma conexão no aeroporto de Chicago, no dia 10 de abril.

A brasileira seguia para o festival Coachella quando foi interceptada por agentes da imigração.

De acordo com seu relato, o motivo alegado pelas autoridades para o cancelamento do visto de turista foi a suspeita de intenção de residência e trabalho ilegal no país.

No entanto, um detalhe chamou atenção: um dos fatores apontados pelos agentes para a detenção foi a presença de quatro comprimidos de Tramal em sua mala. O medicamento, um analgésico de uso controlado no Brasil, é proibido nos Estados Unidos sem autorização específica.

A presença de medicamentos comuns no Brasil pode ser considerada crime em outros países, levando inclusive à deportação, como ocorreu com Francielly.

A influenciadora explicou que carregava uma bagagem de um amigo que viajaria em seguida ao mesmo evento, e negou qualquer intenção de permanecer ilegalmente no país.

Além disso, a inspeção de seu celular revelou mensagens antigas sobre uma tentativa de abrir empresa nos EUA, o que foi interpretado como indício de residência ilegal.

Ao retornar ao Brasil, a influenciadora procurou orientação na Polícia Federal, mas foi informada de que nada poderia ser feito. O caso serviu de alerta para outros brasileiros redobrarem os cuidados ao viajar para o exterior.

Medicamentos que podem gerar deportação

Casos como o de Francielly chamam atenção para um ponto muitas vezes ignorado por viajantes: a legislação sobre medicamentos varia de país para país, e substâncias de uso corriqueiro no Brasil podem ser proibidas ou exigir autorização especial em destinos internacionais.

Entre os exemplos mais frequentes estão:

  • Dipirona: proibida nos Estados Unidos, Reino Unido, Japão e parte da Europa, devido ao risco de agranulocitose.
  • Lisdexanfetamina (Venvanse): requer autorização para entrada no Japão.
  • Pseudoefedrina: presente em remédios para resfriado, é ilegal em países como Japão.
  • Metilfenidato (Ritalina) e Diazepam (Valium): controlados nos Emirados Árabes Unidos e EUA; exigem documentação rigorosa.
  • Rivotril (Clonazepam): benzodiazepínico com restrições em vários países, especialmente no Japão.
  • Tramadol: proibido em países como Egito e altamente controlado nos EUA e Europa.
  • Nimesulida: não autorizada em diversos países europeus e nos EUA.

Levar medicamentos proibidos ou sem a documentação correta pode resultar em detenção, multa, deportação e até processos criminais em certos países. Por isso, é essencial consultar a embaixada do destino antes de embarcar, portar receita médica atualizada e manter os remédios na embalagem original. Para substâncias controladas, pode ser necessário obter autorização prévia do país de destino.

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