Golfinho: o zoológico, que fechou no início do ano, abandonou o golfinho fêmea e dezenas de pinguins (PEACE/Divulgação/Reuters)
Reuters
Publicado em 28 de agosto de 2018 às 14h42.
Tóquio - O drama de um golfinho solitário e dezenas de pinguins abandonados em um aquário fechado no Japão desde o início do ano desencadeou protestos nesta semana, com ativistas e cidadãos comuns pedindo para que os animais sejam salvos.
Honey, uma fêmea da espécie de golfinho Tursiops, foi capturada em 2005 perto de Taiji, cidade portuária que se tornou famosa pela caça anual de golfinhos retratada no documentário vencedor do Oscar "A Enseada", segundo reportagens.
A prática de aquários japoneses comprarem golfinhos de Taiji foi muito criticada após o lançamento do filme. Durante a caça, centenas de golfinhos são direcionados a uma enseada, onde alguns são capturados vivos para serem vendidos a parques marinhos e outros são mortos por sua carne.
Desde então, a Associação Japonesa de Zoológicos e Aquários concordou em parar de comprar golfinhos de Taiji.
A operadora do Aquário e Parque Marinho Inubosaki da cidade de Choshi, localizada na província de Chiba, fechou o local em janeiro devido à queda nas visitas depois do terremoto e da crise nuclear de 2011.
Apesar disso, Honey e 46 pinguins, além de centenas de peixes e répteis, continuam no aquário, disse uma autoridade do Departamento de Saúde e Bem-estar de Chiba.
Funcionários têm alimentado os animais regularmente, acrescentou, mas fotos e vídeos feitos por ativistas em março e agosto do lado de fora do parque mostram Honey flutuando em uma piscina minúscula em uma instalação estranhamente vazia.
Em outra imagem, pinguins cobertos de poeira são vistos empoleirados em uma estrutura em ruínas perto de uma pilha de escombros.
"Honey é símbolo tanto do problema dos parques marinhos quanto das práticas de caça de Taiji", disse Akiko Mitsunobu, do grupo local Centro de Direitos dos Animais.
"Quando fomos verificar as dependências, ela mostrava sinais de estresse, tirando e colocando a cabeça de dentro d'água de maneira fraca".
Diversas ligações para o Parque Marinho Inubosaki e para sua empresa controladora não foram atendidas. Uma autoridade de Choshi disse que a cidade tampouco conseguiu entrar em contato com representantes do parque.