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Caso de doações irregulares atinge premiê do Japão

A seção local do Partido Liberal-Democrata recebeu em 2012 e 2013 doações de uma empresa subsidiada, algo que é proibido por lei


	Shinzo Abe: "o premiê confirma o recebimento dessas doações, mas garante que não tinha conhecimento de que tais companhias tinham recebido subsídios", disse porta-voz
 (Reuters)

Shinzo Abe: "o premiê confirma o recebimento dessas doações, mas garante que não tinha conhecimento de que tais companhias tinham recebido subsídios", disse porta-voz (Reuters)

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Da Redação

Publicado em 3 de março de 2015 às 07h44.

Tóquio - A seção local do Partido Liberal-Democrata (PLD), que governa o Japão e é dirigida pelo primeiro-ministro do país, Shinzo Abe, recebeu em 2012 e 2013 doações de uma empresa subsidiada, algo que é proibido por lei, informou nesta terça-feira a agência "Kyodo".

Segundo os documentos aos quais a agência teve acesso, o escritório do PLD de circunscrição número 4 da Prefeitura de Yamaguchi, que é liderada por Abe, recebeu no total 620 mil ienes (US$ 5.160) em doações da Ube Industries.

Esta companhia química com sede em Osaka, no oeste do país, recebeu do Ministério da Economia, Comércio e Indústria subvenções no valor de 34 milhões de ienes (US$ 283.215) em 2012 e 2013.

A lei de controle de financiamento de partidos proíbe que uma companhia faça qualquer tipo de doação durante o ano seguinte à data em que foi notificada pelo governo sobre a concessão de subsídios.

"O primeiro-ministro confirma o recebimento dessas doações, mas garante que não tinha conhecimento de que tais companhias tinham recebido subsídios", afirmou hoje em entrevista coletiva o ministro porta-voz, Yoshihide Suga.

"(Abe) vai analisar o ocorrido e administrará o caso com base nessa análise", acrescentou Suga.

A revelação se produz depois que na segunda-feira passada, o ministro da Agricultura, Koya Nishikawa, apresentou sua renúncia depois que se soube que a seção local do PLD liderada por ele recebeu uma doação similar.

Além disso, os escritórios liderados pelos titulares de Meio Ambiente, Justiça e Política Fiscal, Yoshio Mochizuki, Yoko Kamikawa e Akira Amari, além do novo ministro da Agricultura, Yoshimasa Hayashi, também obtiveram doações de empresas subsidiadas.

Os documentos aos quais a "Kyodo" teve acesso também revelam que Katsuya Okada, líder do Partido Democrático (PD), de oposição, recebeu doações desse mesmo tipo para o escritório de sua circunscrição. 

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