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Caso Assange: chanceleres da OEA discutem apoio ao Equador

A reunião de consulta de chanceleres, a qual a OEA recorre apenas em casos de extrema importância, foi aprovada a pedido do Equador


	Julian Assange na embaixada: Quito havia reconhecido que será difícil para a OEA chegar a uma decisão por consenso, diante das objeções de Estados Unidos e Canadá
 (Chris Helgren/Reuters)

Julian Assange na embaixada: Quito havia reconhecido que será difícil para a OEA chegar a uma decisão por consenso, diante das objeções de Estados Unidos e Canadá (Chris Helgren/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 24 de agosto de 2012 às 16h06.

Washington - A Organização dos Estados Americanos (OEA) iniciou nesta sexta-feira uma reunião de chanceleres para estudar se apoia o Equador em seu conflito com o Reino Unido pelo asilo concedido ao fundador do WikiLeaks, Julian Assange, refugiado em sua embaixada em Londres.

O debate dos 34 países membros da OEA, apenas doze deles representados por chanceleres, vai girar em torno de uma resolução proposta pelo Equador que rejeita qualquer risco à "inviolabilidade" da embaixada de Quito em Londres e que convoca os dois países a um diálogo.

A reunião de consulta de chanceleres, a qual a OEA recorre apenas em casos de extrema importância, foi aprovada a pedido do Equador na sexta-feira passada, apesar da oposição de Estados Unidos, Canadá e Trinidad e Tobago, que alegaram que o caso de Assange é de competência exclusiva de Quito e Londres.

Equador, Colômbia, México, Argentina, Chile, Venezuela, Peru, Uruguai, Paraguai, República Dominicana, Haiti e Guiana estão representados por seus chanceleres; e Brasil e Guatemala, por seus vice-ministros das Relações Exteriores.

Os Estados Unidos enviaram o subsecretário de Estado para a América Latina em funções, John Feeley.

Depois de ter conseguido o apoio da Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (Alba) e da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), o governo de Rafael Correa quer o apoio da OEA frente ao que denunciou como "ameaças" do governo britânico de invadir sua sede diplomática para deter Assange, refugiado no local desde 19 de junho.

O projeto de resolução pede a "rejeição de qualquer tentativa que coloque em risco a inviolabilidade das dependências das missões diplomáticas, como é o caso da situação gerada na Embaixada do Equador em Londres".


Além disso, pede que Quito e Londres mantenham "um diálogo que permita resolver suas divergências atuais".

Já Londres descartou a possibilidade de entrar na embaixada do Equador, país que concedeu no dia 16 de agosto asilo diplomático a Assange, mas indicou que não concederá ao australiano um salvo-conduto e insiste em sua extradição à Suécia para que responda por acusações de agressão sexual, que ele nega.

Quito havia reconhecido que será difícil para a OEA chegar a uma decisão por consenso, diante das objeções de Estados Unidos e Canadá e das prováveis abstenções de países caribenhos anglófonos pertencentes à Comunidade Britânica.

De fato, a reunião começou com mais de meia hora de atraso por negociações de última hora para tentar alcançar uma posição comum, afirmaram fontes diplomáticas à AFP.

Os chanceleres podem aprovar resoluções com os votos de ao menos dois terços dos países presentes na reunião.

Os Estados Unidos, que afirmaram que o papel da OEA deve se limitar a pedir o diálogo entre Quito e Londres, afirmaram que não reconhecem o asilo diplomático concedido pelo Equador, já que não fazem parte da Convenção Interamericana que regula essa questão.

Assange teme que a Suécia o extradite aos Estados Unidos, onde é investigado por espionagem por divulgar centenas de milhares de documentos sobre as guerras de Iraque e Afeganistão e correspondências confidenciais do Departamento de Estado, razão pela qual sustenta que poderia ser condenado à prisão perpétua ou à pena de morte.

Mas Washington negou qualquer tipo de "perseguição" contra o fundador do WikiLeaks.

Tanto o Reino Unido quanto a Suécia são países observadores da OEA e têm delegados na reunião.

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