Será preciso ficar atento às centenas de milhares de pessoas reunidas ao longo do trajeto que que será percorrido pela carruagem de Kate e William até Buckingham (Chris Jackson/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 26 de abril de 2011 às 21h42.
Londres - São dois pequenos quilômetros que fazem a Scotland Yard suar frio: na sexta-feira, o trajeto percorrido entre Westminster e Buckingham por William e Kate e os convidados famosos será interminável para os 5.000 policiais encarregados da segurança.
"É um dia de alegria e de festa. Qualquer tentativa criminosa de perturbar este evento, com a cobertura de um protesto ou outra coisa, terá uma reposta firme, flexível e proporcional por parte das forças de segurança", alertou nesta terça-feira a comandante Christine Jones, um dos oficiais que supervisionarão as operações.
Até o momento, os serviços de inteligência não registraram uma ameaça precisa, assegura a polícia. Mas as forças de segurança, que se preparam há meses, estão mobilizadas em todas as frentes.
De grupos ligados à Al-Qaeda, passando pelos republicanos dissidentes da Irlanda do Norte que podem estar tentados a atacar antes da visita da rainha à Irlanda, a ameaça tem várias faces e a tarefa é particularmente complicada.
Além da proteção dos noivos e da família real, os policiais deverão assegurar a de 1.900 convidados, entre eles dezenas de cabeças coroadas, centenas de dignitários, representantes da alta roda e das celebridades, como o jogador de futebol David Beckham e o cantor Elton John.
Será preciso ficar atento às centenas de milhares de pessoas reunidas ao longo do trajeto que que será percorrido pela carruagem de Kate e William até Buckingham, ou seja a 2,020 quilômetros. Haverá também cerca de 220.000 pessoas que acompanharão a cerimônia exibida pelos telões gigantes do Hyde Park e na Trafalgar Square.
A polícia britânica, muito criticada após as grandes manifestações deste inverno em Londres e, principalmente, depois do ataque ao Rolls Royce do príncipe Charles e de Camilla, sabe que não tem o direito de errar. Além disso, o evento será acompanhado ao vivo por dois bilhões de telespectadores.
Um grande perímetro em torno da Abadia será montado ao amanhecer, as folgas na polícia foram canceladas e 5.000 homens estarão preparados para qualquer coisa, mobilizados em todo o trajeto, à paisana no meio da multidão ou armados nos tetos dos prédios. Militares ficarão encarregados de dar apoio aos policiais.
Haverá também equipes de segurança para os VIPs e um helicóptero equipado com uma câmera sobrevoará a cidade.
No percurso, a rede de esgoto, a iluminação pública e os semáforos foram analisados. Cães especialmente treinados participarão das revistas pouco antes do casamento.
A polícia pediu aos espectadores que sejam "seus olhos e seus ouvidos" e que informem sobre qualquer comportamento suspeito. Os "arruaceiros" serão proibidos de entrar em Londres no dia 29.
Apesar de todo o esquema montado, uma organização islamita radical, Muslims Against Crusades (Muçulmanos contra os cruzados), se prepara para protestar na sexta-feira.
Em seu site, ela recomenda a William e a seu irmão Harry, todos os dois militares, que "prestem atenção neles". Uma contra-manifestação também está sendo organizada por um grupo de extrema direita.
"Operamos diariamente em um contexto de ameaça grave", o nível de alerta terrorista no Reino Unido é muito elevado há mais de um ano, "e, certamente, estamos preparados neste nível de alerta para qualquer coisa", assegurou o comandante Jones.
Mas uma mobilização como esta tem um preço. Segundo a imprensa britânica, a conta, que fica a cargo do contribuinte, vai superar amplamente os cinco milhões de libras estimados no momento do anúncio do casamento.