Atentados em Paris: o casal de Montpellier é alvo de uma investigação da procuradoria antiterrorista de Paris (Pascal Rossignol / Reuters)
Da Redação
Publicado em 23 de dezembro de 2015 às 13h51.
Uma jovem francesa convertida ao islã e seu companheiro, os dois de Montpellier (sul), foram detidos de forma preventiva na noite desta segunda-feira, no âmbito de uma investigação antiterrorista após a descoberta de uma barriga de gravidez falsa.
A tensão na França é muito alta com a chegada das festas de fim de ano, cerca de um mês e meio depois dos atentados de 13 de novembro em Paris (130 mortos), reivindicados pelo grupo jihadista Estado Islâmico.
Na terça-feira, o ministro do Interior anunciou que um projeto de atentado foi frustrado na semana passada perto de Orleans (centro).
O casal de Montpellier - ela de 23 anos e ele de 35 - é alvo de uma investigação da procuradoria antiterrorista de Paris.
Segundo uma fonte próxima ao caso, os investigadores descobriram em sua casa uma barriga falsa de grávida que pode ter servido para esconder objetos, vazia e recoberta por uma camada de alumínio.
Não foi encontrado nenhum explosivo, mas a análise dos computadores utilizados pelo casal permitiu averiguar que haviam consultado fotos de jihadistas, ou realizado buscas sobre a fabricação de artefatos explosivos, segundo a fonte próxima à investigação.
"Honrando a verdade, é preciso repetir que a ameaça (terrorista) nunca foi tão alta", declarou o primeiro-ministro Manuel Valls nesta quarta-feira.
"Devemos enfrentar uma guerra, uma guerra contra o terrorismo, contra o jihadismo, contra o islamismo radical", insistiu, durante a apresentação de um projeto de revisão constitucional que incluirá o regime do estado de emergência na Constituição.
Segundo o ministro do Interior Bernard Cazeneuve, 10 projetos de atentados foram frustrados na França desde 2013.
Valls anunciou nesta quarta-feira que "a barreira dos 1.000 indivíduos que se uniram da França aos grupos jihadistas na Síria ou no Iraque (acabava) de ser superado".
"Cerca de 600 deles ainda se encontram ali e estima-se em 148 o número de indivíduos que morreram", acrescentou, informando que "250 voltaram ao nosso território".