Emigração: Mailin Perez abraça o marido Jose Caballero, que fugiu de Cuba em um barco feito em casa (Ashley Landis/Reuters)
Da Redação
Publicado em 26 de setembro de 2014 às 11h03.
Austin - Quase um ano após ter fugido de Cuba em um barco feito em casa, José Caballero reuniu-se na última quinta-feira com sua mulher, que sobreviveu a uma dura jornada no mês passado.
Os dois se abraçaram fortemente no terminal de ônibus de Austin, Estado norte-americano do Texas, após Mailin Pérez ter cruzado a fronteira do México, tirando vantagem de uma política dos EUA que permite a entrada de cubanos que chegam por terra.
“Agora estou muito feliz, mas exausto por toda essa tensão. Houve tantos momentos desesperadores”, disse Caballero.
Mailin, de 30 anos, estava entre um grupo de emigrantes cubanos resgatados no mar por pescadores mexicanos neste mês na península de Yucatán, no México, gravemente queimados de sol e desidratados após três semanas à deriva.
Apenas 15 dos 32 passageiros do barco sobreviveram à jornada iniciada em Manzanillo, no leste de Cuba. Dois morreram após serem resgatados, e 15 morreram no mar.
“Foi uma batalha chegar aqui”, disse Mailin depois, ao sentar-se para um jantar tradicional cubano preparado pelo marido. “Estou feliz, mas triste por aqueles que não conseguiram."
O grupo deixou o país em 7 de agosto e foi forçado a improvisar uma vela para sua embarcação após o motor ter pifado na jornada.
Um a um, os passageiros morreram à medida que o suprimento de alimento e água se esgotava. Seus corpos foram jogados ao mar.
Caballero deixou Cuba pela mesma rota em dezembro em um barco com 47 pessoas, e agora faz manutenção para uma companhia de caminhões em Austin. “Ficamos no mar por apenas nove dias, e ainda tenho pesadelos”, disse ele.