Gays: casais estão consumando matrimônio após medida inédita no Chile (Thinkstock)
Da Redação
Publicado em 9 de julho de 2015 às 17h34.
Casais homossexuais compareceram nesta quinta-feira a cartórios de Registro Civil no Chile para marcar uma hora com o objetivo de adquirir o Acordo de União Civil (AUC), uma medida inédita que lhes permitirá legalizar sua situação de matrimônio.
O AUC, aprovado em janeiro deste ano no Congresso, permite aos casais do mesmo ou de diferente sexo regular sua convivência e cria um novo estado civil acessível a casais heterossexuais ou homossexuais, uma demanda histórica da comunidade gay.
O casamento entre pessoas do mesmo sexo não é permitido no Chile.
"Fomos o primeiro casal inscrito para o AUC em Viña del Mar (centro), na foto oficial", anunciou Felipe Egido em sua conta do Twitter nesta quinta-feira, em uma mensagem que acompanha uma foto de seu companheiro e da funcionária do registro civil que os inscreveu.
A partir das 08H30 (Brasília), os casais homossexuais compareceram às salas do registro para se inscreverem sem custo no AUC, e poderem celebrar esta inédita união, projeto de lei que o ex-presidente de direita Sebastián Piñera enviou ao Congresso em 2011.
Quatro anos depois, o AUC foi aprovado no governo de Michelle Bachelet e permitirá o vínculo civil a partir de outubro.
"É um momento histórico. O Estado finalmente reconhece os casais que convivem", disse a ministra da Justiça, Javiera Blanco.
O AUC permite aos casais não casados oficialmente compartilharem a nível jurídico, receberem heranças ou pensões e ser dependente no sistema de saúde, entre outros direitos.
Este acordo não dá o direito à adoção aos casais homossexuais. No entanto, em caso de os pais biológicos estarem inabilitados por alguma razão, o cuidado dos menores será outorgado aos conviventes se isto for considerado do interesse da criança.
O AUC também reconhece as uniões civis realizadas no exterior.
Para conseguir o AUC, os casais devem cumprir requisitos como serem maiores de idade, não estarem casados, contar com uma livre administração de seus bens e consentir de maneira voluntária o acordo no Chile, um país tradicionalmente conservador e com grande influência da igreja Católica.