Mundo

Obama protegerá 5 milhões de imigrantes da deportação

Segundo a Casa Branca, quatro milhões de imigrantes em situação ilegal poderão regularizar sua situação com o trabalho temporário


	Imigrantes são alojados em uma estação da fronteira em McAllen, no Texas
 (Rick Loomis/Reuters)

Imigrantes são alojados em uma estação da fronteira em McAllen, no Texas (Rick Loomis/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 20 de novembro de 2014 às 20h53.

O presidente americano, Barack Obama, anunciará nesta quinta-feira a oferta de permissões de trabalho para até 5 milhões de imigrantes em situação ilegal, protegendo-os da deportação, informou a Casa Branca.

Durante um discurso solene na Casa Branca, Obama explicará como quase metade dos 11,2 milhões de não cidadãos em situação irregular residentes no país por mais de cinco anos e que tiverem tido um filho que seja cidadão americano ou residente legal permanente poderão solicitar uma autorização de trabalho por três anos, evitando a deportação.

Segundo a Casa Branca, quatro milhões de imigrantes em situação ilegal poderão regularizar sua situação com o trabalho temporário.

Obama também anunciará uma ampliação das condições de acesso ao programa Daca (acrônimo de "Deferred Action for Childhood Arrival" ou Ação Diferida para os Chegados na Infância), que ele próprio lançou em 2012 e que fornece residência temporária para jovens imigrantes sem documentos, que chegaram aos Estados Unidos antes dos 16 anos.

A Casa Branca, que informou que um reforço nos controles das fronteiras também estava previsto no arsenal das medidas presidenciais, indicou que critérios estritos seriam aplicados e que não se tratava, em nenhum caso, de uma "porta aberta" a todos os candidatos ao exílio.

"Se você não reunir as condições para uma remissão, poderá ser expulso", resumiu um funcionário, que pediu para ter sua identidade preservada.

Em um dos pontos críticos do pacote de medidas, os imigrantes que já estiverem em processo de deportação poderão se beneficiar das novas medidas, disse uma fonte do Executivo.

No entanto, a fonte esclareceu que as novas medidas não abrangem os imigrantes chegados ao país depois de janeiro de 2010, que serão deportados.

Destacando que, após meio século, "todos os presidentes, democratas e republicanos" usaram de suas prerrogativas para atuar sobre a imigração, sem pedir o aval do Congresso, o Executivo americano afirma agir sobre bases legais sólidas.

O anúncio de Obama é uma bomba política em Washington e seus adversários republicanos, que dominarão o Congresso a partir de janeiro, prometeram contra-atacar.

Muitos deles questionam a legalidade constitucional das medidas.

Desde as regularizações maciças de 1986, durante o governo de Ronald Reagan, todas as tentativas de reforma do sistema de imigração fracassaram.

Obama afirma que agirá apenas para responder às insuficiências de um "sistema que não funciona mais".

Acompanhe tudo sobre:Barack ObamaEstados Unidos (EUA)ImigraçãoPaíses ricosPersonalidadesPolíticos

Mais de Mundo

Em fórum com Trump, Milei defende nova aliança política, comercial e militar com EUA

À espera de Trump, um G20 dividido busca o diálogo no Rio de Janeiro

Milei chama vitória de Trump de 'maior retorno' da história

RFK Jr promete reformular FDA e sinaliza confronto com a indústria farmacêutica