Trump prometeu que escolherá seu candidato entre uma lista pública de 25 nomes que contam com o sinal verde da direita cristã, se opõem ao aborto e prometeram proteger o direito ao porte de armas (Mike Theiler/Reuters)
EFE
Publicado em 2 de julho de 2018 às 15h49.
Washington - A Casa Branca anunciou nesta segunda-feira a formação de uma equipe destinada a escolher um novo juiz para a Suprema Corte e pressionar para que sua nomeação seja confirmada no Senado, uma batalha que se tornou prioritária para o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que quer deixar uma marca conservadora no alto tribunal.
Trump planeja anunciar em uma semana, no dia 9 de julho, seu candidato para substituir Anthony Kennedy, um juiz conservador moderado que na última quarta-feira anunciou sua aposentadoria.
Para cumprir esse prazo e depois superar a campanha de confirmação, o presidente contará com uma equipe liderada pelo escritório do advogado da Casa Branca, Don McGahn, informou hoje a porta-voz do governo, Sarah Huckabee Sanders.
O "número dois" de Sarah, Raj Shah, deixará temporariamente seu cargo como porta-voz para trabalhar em tempo integral na equipe, onde será encarregado de "supervisionar a comunicação, a estratégia e a coordenação da mensagem" da Casa Branca com seus "aliados" no Congresso, segundo o comunicado.
E Justin Clark, o diretor do escritório de contatos públicos da Casa Branca, liderará a relação de Trump com as organizações conservadoras e grupos de pressão interessados.
Além disso, pessoal administrativo e "equipes do escritório do advogado da Casa Branca e do Departamento de Justiça já estão trabalhando para garantir que o presidente tenha todas as informações que precisa para escolher seu indicado", afirmou Sarah.
"O Departamento de Justiça está completamente envolvido para apoiar o processo de indicação e confirmação", acrescentou a porta-voz.
Trump prometeu que escolherá seu candidato entre uma lista pública de 25 nomes que contam com o sinal verde da direita cristã, se opõem ao aborto e prometeram proteger o direito ao porte de armas.
Os republicanos no Congresso querem que o novo juiz seja confirmado antes das eleições legislativas de novembro, enquanto a oposição democrata tentará atrasar o processo com a esperança de poder recuperar a maioria no Senado e bloquear qualquer nomeação de Trump.
Para o presidente bastaria uma maioria simples para confirmar seu candidato, mas os republicanos só controlam 51 das 100 cadeiras do Senado, e uma delas não conta porque pertence a John McCain, que se encontra em tratamento de seu câncer cerebral.
Portanto, os democratas só precisariam convencer um republicano a votar contra do candidato de Trump para que sua indicação não seja aprovada, e muitos olhares se concentrarm sobre a moderada Susan Collins.
Essa senadora disse neste domingo que não apoiará nenhum indicado que tenha "demonstrado hostilidade" em relação à decisão judicial que legalizou o aborto nos EUA em 1973, um tema que provavelmente terá um peso central na batalha de confirmação.
Mas isso não afasta a hipótese de Susan não apoiar um juiz que se oponha ao aborto, mas tenha mantido essa postura em silêncio, e inclusive se essa senadora votar contra o candidato de Trump, é possível que algum democrata moderado o apoie.