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Casa Branca está "otimista" que Trump sai do hospital ainda hoje

O presidente Donald Trump, internado com covid-19, pode ter alta nesta segunda-feira, 5, a depender da evolução de seu quadro clínico

Trump fotografado trabalhando em hospital: há dúvidas sobre o real estado de saúde do presidente (Twitter Ivanka Trump/Divulgação)

Trump fotografado trabalhando em hospital: há dúvidas sobre o real estado de saúde do presidente (Twitter Ivanka Trump/Divulgação)

CR

Carolina Riveira

Publicado em 5 de outubro de 2020 às 13h39.

Última atualização em 5 de outubro de 2020 às 16h43.

O chefe de gabinete da Casa Branca disse estar "otimista" de que Donald Trump terá alta ainda hoje após estar internado há quase três dias com covid-19. Mark Meadows disse em entrevista à Fox News que a equipe médica ainda não tomou uma decisão sobre se o presidente americano terá alta, mas que isso deve ser feito no começo da tarde desta segunda-feira, 5.

"Essa determinação ainda não foi feita", disse Meadows sobre a data da alta, afirmando que "a saúde dele continua a melhorar." O chefe de gabinete diz que conversou com Trump hoje e que a saúde dele parece ter melhorado à noite.

"Ainda estamos otimistas... que ele terá alta, mas essa decisão não será tomada até mais tarde nesta segunda-feira", disse. Trump foi internado com covid-19 na última sexta-feira, 2, mesmo dia em que descobriu estar com coronavírus após uma assessora também ter sido infectada.

Meadows também defendeu na entrevista a decisão de Trump de sair do hospital no domingo para acenar a apoiadores que se reúnem na frente do hospital. A saída foi criticada por colocar em risco a equipe que foi junto com Trump no carro, mas a Casa Branca afirma que o passeio foi autorizado pelos médicos.

O presidente está internado no centro médio Walter Reed, hospital próximo à capital Washington D.C e que tradicionalmente atende presidentes americanos.

"Tomamos precauções adicionais com EPIs [equipamentos de proteção individual] e outras para garantir que eles estivessem protegidos", disse Meadows sobre o passeio.

Há dúvidas sobre o real estado de saúde de Trump. Do que se sabe até agora, o presidente recebeu no hospital um tratamento para casos graves de covid-19 e precisou de oxigênio suplementar.

Embora a equipe médica e assessores tenham afirmado publicamente ao longo do fim de semana que Trump estava bem, auxiliares têm dito em anonimato a jornalistas nos últimos dias que o quadro do presidente foi grave.

Além do passeio para acenar a apoiadores, fotos do presidente trabalhando no hospital foram divulgadas para transmitir a imagem de que o presidente está bem. O problema: as fotos mostram o presidente com camisas diferentes, possivelmente para dar a impressão de um dia longo. Mas análise de jornalistas nos metadados da imagem mostrou que elas foram tiradas em um intervalo breve, de 10 minutos. 

A doença de Trump também coloca um ponto de interrogação no último mês da campanha eleitoral nos EUA. As eleições presidenciais estão marcadas para 3 de novembro. Nesta segunda-feira, Trump (ou sua equipe) também fez uma "avalanche" de postagens no Twitter incentivando os eleitores a se registrarem para votar.

Foram mais de dez postagens seguidas, em letras garrafais, com argumentos a favor de sua candidatura. Trump citou da alta nas bolsas sob sua gestão à “lei e ordem”.

Novas pesquisas nos últimos dias mostram o candidato democrata Joe Biden ampliando sua vantagem contra Trump. Nova pesquisa do Wall Street Journal e da NBC divulgada neste domingo, 4 de outubro coloca Biden 14 pontos à frente (53% dos votos contra 39% de Trump). Na média das pesquisas divulgadas, compilada pelo Real Clear Politics, Biden está oito pontos à frente.

O democrata também tem vantagem, ainda que pequena, na maior parte dos estados decisivos onde Trump ganhou em 2016 — até locais historicamente republicanos, como a Geórgia e o Arizona, têm pesquisas com Biden ligeiramente à frente ou empate.

(Com Estadão Conteúdo)

 

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