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Porta voz da Casa Branca confirma tarifas de 104% contra China a partir de quarta

Ordem executiva ainda não foi assinada por Trump; taxa proposta pela China era exatamente à mesma imposta pelos americanos, em estratégia "olho por olho"

US President Donald Trump looks on during a meeting with Israeli Prime Minister Benjamin Netanyahu in the Oval Office of the White House in Washington, DC, on April 7, 2025. Israeli Prime Minister Benjamin Netanyahu was in Washington on Monday to meet Donald Trump, whom he will likely ask for a reprieve from US tariffs while seeking further backing on Iran and Gaza. (Photo by SAUL LOEB / AFP) (Saul Loeb/AFP)

US President Donald Trump looks on during a meeting with Israeli Prime Minister Benjamin Netanyahu in the Oval Office of the White House in Washington, DC, on April 7, 2025. Israeli Prime Minister Benjamin Netanyahu was in Washington on Monday to meet Donald Trump, whom he will likely ask for a reprieve from US tariffs while seeking further backing on Iran and Gaza. (Photo by SAUL LOEB / AFP) (Saul Loeb/AFP)

Publicado em 8 de abril de 2025 às 13h59.

Última atualização em 8 de abril de 2025 às 14h56.

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A Guerra das Tarifas segue forte entre os Estados Unidos e a China. Após a gigante asiática anunciar uma tarifa recíproca de 34% sobre os EUA — que entra em vigor na próxima quinta-feira, 10 —, o governo de Donald Trump reafirmou nesta terça-feira, 8, que aplicará tarifas de 104% à China. A nova porcentagem começaria a valer já nesta quarta-feira, 9.

A confirmaçao foi dada à Fox Business pela porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, mas a ordem executiva ainda não foi assinada. Portanto, as coisas ainda podem mudar.

Em entrevista coletiva nesta terça, Leavitt disse que "70 países estão negociando" com os EUA sobre as tarifas. E advertiu a China que o presidente Trump considera "um erro" a resposta de Pequim de taxar em 34% os produtos americanos.

O caminho até aqui

O presidente dos Estados Unidos havia dito que a China tinha até as 12h desta terça-feira, 8 (13h em Brasília) – para retirar as tarifas recíprocas. No entanto, Pequim sinalizou que não pretende recuar, o que deve acelerar a guerra comercial entre os dois países.

A sobretaxa da gigante asiática, de 34% é exatamente no mesmo patamar anunciado na semana passada pelo presidente americano contra a China.

Ao divulgar o que chamou de "tarifas recíprocas" contra todos os países do mundo na semana passada, Trump aplicou uma taxa de 34% contra produtos chineses, sendo que parte dela (10% de taxa) entrou em vigor no sábado, 5.

A taxa americana vai se sobrepor a uma tarifa já aplicada este ano de 20% especificamente a produtos chineses. Ou seja, os produtos chineses iriam pagar 54%. Com a nova taxa de 50%, o total vai a 104%.

Nesta terça-feira, o porta-voz do Ministério do Comércio chinês advertiu que "a ameaça de aumentar as tarifas contra a China é um erro após o outro e expõe, mais uma vez, a natureza chantagista dos Estados Unidos. A China lutará até o fim". Também informou que o país asiático adotará "contramedidas" para defender seus direitos e interesses, embora, ao mesmo tempo, tenha solicitado o diálogo.

Situação dos mercados

As Bolsas asiáticas registraram uma leve recuperação na manhã desta terça-feira, após uma segunda-feira de quedas generalizadas nos mercados da Ásia, Europa e Estados Unidos. Na Ásia, Tóquio fechou em alta de mais 6%, após a queda de 8% na véspera.

Analistas temem que a guerra comercial provoque mais inflação, mais desemprego e menos crescimento. Trump alega que a economia dos Estados Unidos foi "saqueada" durante anos pelo resto do mundo.

Na semana passada, ele anunciou uma tarifa geral de 10% sobre todos os produtos importados, à qual são adicionadas tarifas específicas por países, incluindo os países da União Europeia (20%) e o Vietnã (46%), que devem entrar em vigor na quarta-feira (9). A ordem executiva para isso já foi assinada.

Os 27 países da UE tentam buscar uma resposta comum e na segunda-feira propuseram uma isenção total e recíproca de direitos alfandegários para os produtos industriais, incluindo automóveis.

"Não, não é suficiente", respondeu Trump, que critica a Europa por não comprar produtos industriais americanos em quantidade suficiente.

O secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, afirmou em uma entrevista ao canal Fox News que as tarifas de importação anunciadas em 2 de abril servirão para colocar os Estados Unidos em uma posição de força.

Segundo Bessent, uma vez que recebam garantias de outros países sobre como abrirão ainda mais seus mercados aos produtos americanos, "o presidente Trump estará pronto para negociar". Ele disse que "quase 70 países" já entraram em contato com Washington.

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