Mundo

Cartes promoverá retorno do Paraguai ao Mercosul

"Vamos fazer todo o possível para voltar ao Mercosul. O nosso compromisso é realizar todo o esforço em busca da normalização das relações", disse Cartes

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 22 de abril de 2013 às 21h50.

O presidente eleito do Paraguai, Horacio Cartes, se comprometeu nesta segunda-feira a promover a normalização das relações com o Mercosul e a aprovação parlamentar do ingresso da Venezuela no bloco.

"Vamos fazer todo o possível para voltar ao Mercosul. O nosso compromisso é realizar todo o esforço em busca da normalização das relações", disse Cartes em entrevista coletiva um dia após vencer as eleições no Paraguai.

O Paraguai foi suspenso do Mercosul em junho passado, devido ao impeachment relâmpago contra o presidente Fernando Lugo, acusado pelo Congresso de "mau desempenho de suas funções" após um conflito agrário que deixou 17 mortos.

A queda de Lugo foi tachada de "golpe parlamentar" por seus sócios da região, que impuseram sanções políticas ao Paraguai e o isolaram do bloco até a realização de eleições, o que ocorreu neste domingo.

Cartes advertiu que para a normalização das relações deve primar o estado de direito, em referência ao ordenamento jurídico do bloco regional fundado em 1991 por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.

Sobre a Venezuela, que se converteu em membro pleno do Mercosul em 29 de junho passado, em Mendoza (Argentina), imediatamente após a suspensão do Paraguai, Cartes destacou ter "muita predisposição" para obter a aprovação parlamentar sobre o ingresso de Caracas.

"Ou olhamos para trás e lembramos a Guerra da Tríplice Aliança ou olhamos para frente", disse Cartes sobre o conflito entre Paraguai, de um lado, e Brasil, Argentina e Uruguai do outro, que devastou o país.

"Sair do Mercosul é uma bobagem. Estamos absolutamente predispostos" a voltar ao bloco e à União das Nações Sul-Americanas (Unasul), do qual o Paraguai também foi suspenso pela crise política.


"O atrativo de estar no Mercosul é muito importante, de gerar oportunidades de trabalho para nossos compatriotas".

Cartes explicou que as tarifas preferenciais que o Paraguai tem dentro do bloco regional favorecem que várias empresas, a maior parte no Brasil, utilizem mão de obra nacional.

O presidente eleito advertiu que se o Congresso impor a saída do país do Mercosul "não teremos outra alternativa que aceitar isto".

Cartes foi saudado no domingo pela presidente Dilma Rousseff e seus colegas de Argentina, Cristina Kirchner, Uruguai, José Mujica, Chile, Sebastián Piñera, e Peru, Ollanta Humala.

Dilma manifestou sua "disposição de recompor as relações bilaterais e as do Paraguai com o Mercosul", e Cartes "agradeceu o gesto da presidente e garantiu estar pronto para normalizar as relações do Paraguai com os demais países".

O presidente eleito disse que não assistirá à próxima reunião do Mercosul no mês de junho, em Montevidéu, para a qual foi convidado por José Mujica, justificando que assumirá apenas no dia 15 de agosto.

Empresário, milionário e novato no mundo da política, Cartes liderou o retorno ao poder do Partido Colorado, que havia sido derrotado em 2008 pelo esquerdista Fernando Lugo após seis décadas no comando do país.

Cartes, 56 anos, recebeu 45,91% dos votos, superando por ampla margem seu principal rival, o senador governista Efraín Alegre, que obteve 36,84%.

Acompanhe tudo sobre:DiplomaciaMão de obraMercosul

Mais de Mundo

Biden deve ir à posse de Donald Trump nesta segunda-feira?

União Europeia deve traçar 'linhas vermelhas' nas relações com Trump, diz ministro francês

Mais de 200 caminhões de ajuda chegam do Egito no segundo dia de trégua em Gaza

Biden encerra mandato como presidente que concedeu mais perdões da história dos EUA