Flores depositadas em local de ataque a tiros em Utrecht, na Holanda (Piroschka van de Wouw/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 19 de março de 2019 às 10h34.
Utrecht, Holanda — Os investigadores do ataque de Utrecht, na Holanda - que deixou três mortos e cinco feridos em um bonde elétrico -, indicaram nesta terça-feira, 19, que consideram seriamente uma pista terrorista depois de terem encontrado uma carta no carro do principal suspeito.
Em um comunicado conjunto, o Ministério Público holandês e a polícia informaram que, por ora, não foi estabelecido nenhum vínculo entre o suspeito de origem turca e as vítimas do ataque de segunda-feira, 18, em um bonde da cidade.
Na véspera, as autoridades holandesas afirmaram que provavelmente a ação teve motivação terrorista, mas que "não podiam descartar" outras razões, como uma disputa familiar. Na tarde de segunda-feira, a polícia prendeu um homem identificado como Gokmen Tanis, de 37 anos, considerado o principal suspeito.
A polícia da Holanda interroga nesta terça-feira as três pessoas detidas após o ataque, incluindo Tanis. Ele foi detido horas depois de seu irmão mais novo, conhecido pelo Serviço Geral de Inteligência e Segurança da Holanda (AIVD, sigla em holandês) por suas ideias extremistas. Uma terceira pessoa também foi detida, mas não teve sua identidade divulgada.
Segundo fontes da polícia, Tanis tem pelo menos nove antecedentes criminais desde 2012 por "crimes comuns" e, há duas semanas, teve de testemunhar em três casos: roubo de bicicletas na rua, roubo em uma loja de bicicletas e caso de estupro e maus-tratos a uma mulher, crime pelo qual ficou preso.
Amigos e pessoas próximas a ele, que também foram interrogados pela polícia, o descreveram como um homem "pouco estável" e com "problemas psicológicos", mas também ressaltaram que há dois anos, após seu divórcio, ele teve fases nas quais era um "religioso muito praticante e que deixava a barba crescer" e"só se dedicava a beber álcool".
Já o irmão está ligado a alguns movimentos salafistas e, segundo o AIVD, lutou na Chechênia com um grupo jihadista há alguns anos e compartilhou nas redes sociais textos nos quais que ele chama de "malditos" os democratas e ateus. (Com agências internacionais).