Mundo

Carona solidária vs. táxi, guerra é declarada em Nova York

A disputa entre a carona solidária e o serviço convencional de táxi se intensificou em Nova York com a chegada de um novo rival

Táxis em Nova York: aplicativos de carona desafiam os serviços regulares de táxi (Timothy A. Clark/AFP)

Táxis em Nova York: aplicativos de carona desafiam os serviços regulares de táxi (Timothy A. Clark/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de julho de 2014 às 09h44.

Nova York - A disputa entre a carona solidária e o serviço convencional de táxi se intensificou em Nova York com a chegada de um novo rival, declarado ilegal antes mesmo de seu lançamento.

O Lyft, serviço de carona presente em 60 cidades americanas e que compete com o Uber, anunciou planos de iniciar operações na sexta-feira nas regiões de Brooklyn e Queens, alegando que essas comunidades têm poucas opções de transporte.

O Lyft informou ter recrutado 500 motoristas em Nova York, e que 75 mil moradores já fizeram o download do aplicativo, antes mesmo de seu lançamento.

A empresa, com sede em San Francisco, alega que o serviço - que requer um aplicativo para smartphones e acesso à geolocalização, é necessário e econômico para o usuário.

Mas a Taxi and Limousine Commission (TLC) de Nova York rapidamente tentou impedir o lançamento.

A agência municipal declarou que o serviço "não é autorizado em Nova York" e não atende às normas de segurança e licenciamento.

"O Lyft não tem autorização para fazer serviço de passageiros. Respeitando sua prioridade de garantir a segurança pública e defender os direitos do consumidor, a agência fará operações de reforço para garantir o cumprimento das normas e leis da cidade", indica o comunicado da TLC.

Motoristas que forem flagrados trabalhando para o Lyft podem ser multados em 2 mil dólares, anunciaram autoridades.

A briga em torno do Lyft é a mais recente de uma batalha travada em várias cidades do mundo por conta dos aplicativos de carona, que desafiam os serviços regulares de táxi.

A revanche do Uber

Apesar das intimidações, o Uber se espalhou por 147 cidades de 41 países, e atraiu investidores, que elevaram seu valor de mercado para colossais 17 bilhões de dólares.

O Uber, que oferece uma variedade de serviços que vai de limusines e táxis à carona solidária, respondeu à chegada do Lyft com uma redução de tarifas, e afirma que seus preços são mais baixos que os dos táxis convencionais.

Mas as operadoras de táxi da cidade não contemplam com bons olhos o novo panorama.

O diretor executivo da Greater New York Taxi Association, Ethan Gerber, diz que a redução dos preços é "uma tentativa desesperada de entrar no mercado de uma forma insustentável".

Ele afirma que os táxis amarelos convencionais são "os mais confiáveis e regulares" para o cliente, e que o corte de preços do Uber "tem mais a ver com publicidade do que com a criação de um produto sólido".

O custo é alto para as operadoras de táxi de Nova York, que pagam até 1 milhão de dólares pelo "medalhão" da cidade, que lhes permite operar. O número é limitado a 13,6 mil.

A cidade autorizou recentemente a circulação de 5,2 mil "táxis verdes" para atender às regiões vizinhas e áreas de Manhattan por onde os carros amarelos quase não circulam.

Mas isso não intimidou serviços como o Lyft e Uber, segundo os quais mais carros são necessários.

O Lyft afirma que as regras de licenciamento da cidade não se aplicam a seu tipo de serviço. Já o prefeito Bill de Blasio disse esperar um acordo.

"Acredito que a TLC continuará trabalhando nos próximos meses para lidar com a questão do Uber de uma forma justa para todos os envolvidos", disse de Blasio esta semana.

Acompanhe tudo sobre:AppsCidadesMetrópoles globaismobilidade-urbanaNova YorkTáxisTransportesUber

Mais de Mundo

G20: EUA reafirmam compromisso em fortalecer Ucrânia contra escalada russa

Xi Jinping chega ao Brasil para fortalecer relações bilaterais com Lula

Brasil assina acordo para trazer gás natural da Argentina ao mercado brasileiro

No RJ, presidente chinês afirma que mundo adentra um 'período de turbulência e mudança'