A atual primeira-dama, que se casou com Nicolas Sarkozy em 2008, tenta suavizar a imagem impopular do presidente (Eric Feferberg/AFP)
Da Redação
Publicado em 9 de abril de 2012 às 14h40.
Paris - Sentadas na primeira fila dos comícios eleitorais, através do Twitter ou de entrevistas sabiamente dosadas, a ex-modelo Carla Bruni e a jornalista Valérie Trierweiler travam, por trás de seus companheiros candidatos, a outra batalha de influência das eleições presidenciais francesas.
A primeira e atual primeira-dama, esposa de Nicolas Sarkozy, com quem se casou em 2008 no palácio presidencial do Eliseu, tenta suavizar a imagem impopular do presidente.
A segunda, que compartilha oficialmente a vida do candidato socialista François Hollande desde 2007, pode fornecer o "toque de glamour" que falta ao candidato socialista, que se classifica ele mesmo de normal.
"Em terra, não sinto agressividade, as pessoas parecem querer Nicolas Sarkozy. O antissarkozysmo é um fenômeno da elite parisiense", afirma Carla Bruni-Sarkozy, de 44 anos. A atual primeira-dama mostra-se cada vez mais presente nos meios de comunicação, e nesta semana concedeu uma nova entrevista, desta vez ao semanário Le Nouvel Observateur.
Bruni, que é uma das mulheres mais fotografadas do mundo, faz confidências com aparente humildade sobre seus quilos a mais ou seu gosto pelas telenovelas.
E, é claro, defende sempre seu marido: "Nicolas tem um sentido de dever inimaginável. Não para nunca, trabalha sem parar, trabalha 20 horas por dia. Tenho medo de que morra, de que exagere no esforço", afirma.
Carla Bruni, ex-modelo que se tornou cantora, cuja vida sentimental agitada alimentou por muito tempo as páginas das revistas de fofocas, é a abastada herdeira de um empresário italiano e de uma pianista.
Suas origens sociais são opostas às de Valérie Trierweiler, de 47 anos, filha de um pai inválido e de uma mãe responsável por um rinque de patinação provincial, em Angers (oeste da França).
A mudança de papel que esta campanha significa para Valérie Trierweiler, jornalista que escreveu sobre os políticos e os entrevistou durante 20 anos, não é fácil.
"Que impacto você se descobrir na primeira página em seu próprio jornal! Raiva de descobrir a utilização de fotos sem minha aprovação e nem sem sequer terem me prevenido", escreveu, indignada, no dia 8 de março no Twitter. Nesse dia, a revista Paris Match, para a qual trabalha, publicou um artigo com o título "O ás encantador de François Hollande".
Além disso, Valérie Trierweiler tem que agir suportando a presença na campanha de Ségolène Royal, candidata socialista derrotada em 2007, ex-companheira de François Hollande e mãe de seus quatro filhos. A respeito, contou que nas eleições presidenciais passadas optou por se abster em vez de votar pela mulher que era então sua rival.
Elegante mãe de três adolescentes, mudou de posição em seu trabalho e parou de se ocupar da atualidade política para evitar contradições entre sua condição de jornalista e seu papel na campanha. Tem um escritório no quartel-general de campanha de Hollande, mas raramente o utiliza.
Já Carla Bruni tenta manter a maior distância possível entre ela e a política e suas intrigas. A ex-mulher de Nicolas Sarkozy, Cecilia Ciganer, foi uma de suas colaboradoras mais próximas quando ele era ministro do Interior e desempenhava um papel político importante.
O casal rompeu seu relacionamento no momento da eleição de 2007. "Minha família explodia", disse recentemente Sarkozy para justificar erros de então, como a controversa festa com magnatas para celebrar sua eleição em um famoso restaurante de Champs-Elysees.
Carla Bruni tenta apresentar uma imagem contrária, às vezes de maneira pouco hábil. "Nós somos franceses modestos", chegou a dizer no início da campanha.
A atual primeira-dama, que deu à luz em outubro passado uma menina, Giulia, também diminuiu o ritmo de suas atividades profissionais, apesar de uma curta aparição no filme "Meia-Noite em Paris", de Woody Allen.