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Carl Gustaf completa 40 anos de um reinado cheio de polêmica

Monarca é o quinto e único homem dos cinco filhos do príncipe Gustaf Adolf e da princesa Sibylla

Rainha Silvia e Rei Carl Gustaf (Ragnar Singsaas-Pool/Getty Images)

Rainha Silvia e Rei Carl Gustaf (Ragnar Singsaas-Pool/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 15 de setembro de 2013 às 10h31.

Copenhague - O rei da Suécia, Carl Gustaf XVI, completa neste domingo 40 anos como monarca da Suécia, um período marcado, sobretudo nos últimos anos, por várias polêmicas sobre seus discursos e os escândalos de sua vida privada.

A inauguração de uma mostra no Palácio Real na sexta-feira abriu o programa de atos deste fim de semana, que incluiu um jantar com o governo e um concerto organizado pelo parlamento sueco.

Um serviço religioso e uma festa popular fecham hoje as festividades em homenagem ao monarca, que por ocasião de seu aniversário de reinado visitará neste ano os 21 condados da Suécia.

Carl Gustaf Folke Hubertus - seu nome completo em sueco - é o quinto e único homem dos cinco filhos do príncipe Gustaf Adolf e da princesa Sibylla.

Sua vida foi rica em eventos desde muito cedo: seu pai morreu em um acidente de avião em Copenhague em 1947, quando ele ainda não tinha um ano; e o falecimento de seu bisavô, Gustaf V, lhe transformou em príncipe herdeiro aos quatro.

Com apenas 27 anos, ele assumiu o trono sueco após a morte do então rei, seu avô Gustaf Adolf VI, convertendo-se no sétimo monarca da Casa Bernadotte a reinar no país escandinavo.

Naquela época ele já namorava Silvia Sommerlath, uma comissária de bordo alemã de raízes brasileiras que tinha conhecido nos Jogos Olímpicos de Munique, em 1972, e com quem se casou quatro anos mais tarde e teve três filhos: Victoria, a herdeira; Carl Philip e Madeleine.

Disléxico como seus dois filhos mais velhos, o rei possui um forte vínculo com o movimento escoteiro - é presidente de honra de sua fundação internacional - e sempre se interessou pelo meio ambiente e a tecnologia, além dos carros, uma de suas grandes paixões.

Embora seu papel seja meramente representativo, Carl Gustaf se viu envolvido em várias polêmicas por alguns comentários extemporâneos, tanto na Suécia como no exterior.


Durante uma visita à Nova Zelândia, em 1989, disse que se a então primeira-ministra norueguesa Gro Harlem Brundtland não pudesse solucionar o problema da caça de focas, como poderia se ocupar de seu povo, o que lhe valeu críticas na Suécia e na Noruega.

Anos mais tarde, quando visitava o sultão de Brunei, chamou de aberturista o regime ditatorial do país asiático, uma afirmação recebida com surpresa e mal-estar pela comunidade internacional.

'Nunca se pode dizer a verdade? Que m...', disse o monarca a jornalistas alguns meses após a publicação de uma informação sobre as despesas da Casa Real na renovação de um edifício.

E perguntado se o recente anúncio da gravidez de Madeleine representaria seu retorno a Suécia - ela vive nos Estados Unidos -, respondeu: 'Então isso agora é interessante. Talvez ela se mude para a Islândia, se está melhor'.

'Nem sempre me dei bem com essas coisas', admitiu sobre sua habilidade para falar em público em entrevista divulgada neste sábado pela Casa Real.

Seu discurso emotivo e pessoal após a morte de mil suecos no tsunami do sudeste asiático em 2004, por outro lado, rendeu muita simpatia a Carl Gustaf, cujo reinado teve sua época mais conturbada nos últimos três anos.

A publicação de uma biografia revelou suas supostas saídas noturnas a boates e lugares polêmicos, além de casos de infidelidade, corroborados na imprensa pela popular cantora Camilla Henemark.


'Li algumas manchetes que não foram agradáveis, falei com minha família. Viramos a página e olhamos para frente', foi a surpreendente resposta do monarca, que não desmentiu nada.

A divulgação, meses mais tarde, de uma gravação na qual um amigo íntimo tentava negociar com um mafioso a compra de supostas fotos comprometedoras do rei piorou ainda mais a situação.

Suas respostas ambíguas e tardias provocaram críticas inclusive de veículos de imprensa conservadores, e alguns sugeriram uma possível abdicação em favor de Victoria, o que a maioria dos suecos apoiava nas pesquisas, mas o monarca rejeitou publicamente essa possibilidade.

A ruptura de Madeleine com um ex-noivo por causa da infidelidade dele, a relação de Carl Philip com uma estrela de um 'reality show' que tinha posado nua e as ligações do pai da rainha com o nazismo também não ajudaram a melhorar a imagem do rei nem a de sua família.

Porém, as polêmicas deram lugar, de forma progressiva, a notícias melhores para o rei, graças à maternidade de Victoria e ao recente casamento de Madeleine com um empresário britânico-americano. Com os holofotes menos em cima de si, Carl Gustaf poderá, em 2016, se igualar a seu bisavô como o 'bernadotte' com mais anos no trono.

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