Mundo

Cardeais realizam últimas discussões antes do conclave

Cardeais se reuniram várias vezes na semana passada para discutir as características necessárias para enfrentar o desafio de liderar a Igreja alvejada por escândalos


	Cardeais conversam no Vaticano: novo papa vai enfrentar uma série de problemas, de escândalos de abuso sexual à burocracia central em mau funcionamento
 (Johannes Eisele/AFP)

Cardeais conversam no Vaticano: novo papa vai enfrentar uma série de problemas, de escândalos de abuso sexual à burocracia central em mau funcionamento (Johannes Eisele/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de março de 2013 às 13h46.

Cidade do Vaticano - Cardeais realizaram discussões finais sobre a situação problemática da Igreja Católica Romana nesta segunda-feira, um dia antes de se isolarem do mundo para eleger um novo pontífice, ainda sem um claro favorito.

Atordoados pela renúncia no mês passado do papa Bento 16, os cardeais de barrete vermelho se reuniram várias vezes na semana passada, para discutir as características necessárias para enfrentar o enorme desafio de liderar a Igreja alvejada por escândalos.

"As expectativas do novo papa e seu perfil foram temas recorrentes nas intervenções desta manhã pelos cardeais", disse o padre Tom Rosica, porta-voz do Vaticano para jornalistas da língua inglesa.

Observadores do Vaticano afirmam que o italiano Angelo Scola e o brasileiro Odilo Scherer estão na pole position, mas uma série de outros candidatos de todo o mundo também foi mencionada, deixando a competição bem aberta.

"Da última vez havia um homem de peso, três ou quatro vezes mais que qualquer outro cardeal", disse o cardeal francês Philippe Barbarin a repórteres, em uma referência a Joseph Ratzinger, que foi eleito papa dentro de 24 horas em 2005.

"Este não é o caso desta vez. Portanto, a escolha tem que ser feita entre um, dois, três, quatro... uma dúzia de candidatos. Ainda não sabemos de nada. Vamos ter que esperar os resultados da primeira votação." Os 115 cardeais-eleitores de 48 países vão entrar na Capela Sistina às 12h30 (horário de Brasília) na terça-feira e realizarão uma votação inicial logo depois.

Ninguém na era moderna ganhou a maioria necessária de dois terços na primeira votação, e os cardeais-eleitores irão realizar até quatro votações por dia, duas de manhã e duas à tarde, até elegerem um novo pontífice.


A duração média dos últimos nove conclaves foi de cerca de três dias e nenhuma durou mais de cinco dias.

"Há uma dinâmica que acontece assim que eles entram na Capela Sistina. A primeira votação, de certa forma, define os nomes. Teremos um papa até o final da semana", disse o padre Rosica.

Em preparação para a eleição, os trabalhadores penduraram cortinas vermelhas sobre o balcão central da Basílica de São Pedro, prontos para o momento em que o novo papa fará sua primeira aparição diante de multidões reunidas na praça abaixo.

O 266º papa vai enfrentar uma série de problemas, de escândalos de abuso sexual à burocracia central em mau funcionamento, conhecida como a cúria.

Fontes do Vaticano dizem que Scola pode estar em melhor posição para compreender a política bizantina da administração da Igreja dominada por italianos e bastante criticada, da qual ele não faz parte, e ser capaz de introduzir uma rápida reforma.

Dentro do conclave, a ala da cúria deve apoiar dom Odilo, que trabalhou na Congregação para os Bispos do Vaticano por sete anos. Se ele ganhar a votação, seria o primeiro não-europeu a se tornar pontífice em cerca de 1.300 anos.

Se nenhum grupo puder angariar o apoio necessário, um candidato em comum acordo pode surgir, com o canadense Marc Ouellet, os norte-americanos Sean O'Malley e Timothy Dolan e o argentino Leonardo Sandri frequentemente citados.

Acompanhe tudo sobre:Igreja CatólicaPaíses ricosReligiãoVaticano

Mais de Mundo

Argentina registra décimo mês consecutivo de superávit primário em outubro

Biden e Xi participam da cúpula da Apec em meio à expectativa pela nova era Trump

Scholz fala com Putin após 2 anos e pede que negocie para acabar com a guerra

Zelensky diz que a guerra na Ucrânia 'terminará mais cedo' com Trump na Presidência dos EUA