Pessoas marcham após participarem de vigília em memória das vítimas do naufrágio da barca sul-coreana Sewol: 304 pessoas morreram (REUTERS/Yonhap)
Da Redação
Publicado em 15 de maio de 2014 às 06h44.
Seul - A Promotoria da Coreia do Sul acusou de homicídio nesta quinta-feira o capitão e três membros da tripulação da balsa Sewol, que naufragou há quase um mês no litoral sudoeste do país, por supostamente não terem seguido os procedimentos de evacuação dos passageiros e abandonado o navio, deixando mais de 300 pessoas presas em seu interior.
O capitão Lee Joon-seok, de 68 anos, o chefe de máquinas e dois oficiais teriam se recusado a dar uma ordem de evacuação para os passageiros e, ao invés disso, comunicaram que eles deveriam permanecer no interior da embarcação enquanto os tripulantes eram resgatados, segundo a versão dos promotores.
O naufrágio da balsa sul-coreana no dia 16 de abril deixou 304 mortos e desaparecidos, a maioria estudantes de 16 e 17 anos.
Tanto o capitão como os três membros da tripulação acusados hoje foram presos dias depois do acidente por terem abandonado o navio sem atender à segurança dos passageiros.
No entanto, se forem condenados por homicídio, a pena de prisão será muito maior.
Após sua detenção, o capitão justificou seus procedimentos durante o naufrágio para a imprensa ao alegar que não ordenou a evacuação dos passageiros por medo de que eles pudessem cair no mar e se afogar por causa do mau tempo.
O comportamento de Lee, especialmente depois da publicação de fotografias e vídeos que mostram que ele foi um dos primeiros a ser resgatado, foi muito criticado na Coreia do Sul.
Até a presidente do país, Park Geun-hye, comparou a conduta do capitão após o naufrágio com um "ato de assassinato".
As equipes de resgate continuam hoje as buscas pelos 23 corpos que ainda estão desaparecidos e que possivelmente permanecem no interior da balsa, que continua submersa nas águas do litoral sudoeste da Coreia do Sul.
O acidente, uma das maiores tragédias humanas da história da Coreia do Sul, deixou 304 mortos, dos quais 281 corpos já foram recuperados, enquanto apenas 172 conseguiram ser resgatados no primeiro dia.