Fontes da defesa do capitão afirmaram, além disso, que foram várias as conversas mantidas por Schettino com a companhia nos instantes posteriores à colisão (AFP / Enzo Russo)
Da Redação
Publicado em 20 de janeiro de 2012 às 18h26.
Roma - O capitão do cruzeiro Costa Concordia, Francesco Schettino, garantiu à juíza de instrução que o interrogou na terça-feira passada que avisou à empresa Costa Cruzeiros da colisão contra as rochas minutos após o acidente na ilha italiana de Giglio.
A informação foi retirada da transcrição do depoimento de Schettino perante a juíza, no qual o capitão faz referência a uma ligação que garante ter feito para o diretor de operações marinhas da empresa, Roberto Ferrarini.
Fontes da defesa do capitão afirmaram, além disso, que foram várias as conversas mantidas por Schettino com a companhia nos instantes posteriores à colisão, após a qual aconteceu o naufrágio da embarcação que causou 11 mortes e deixou 21 desaparecidos.
Nessas conversas, segundo a defesa, o capitão, que está sendo acusado de homicídio múltiplo culposo, naufrágio e abandono de navio e atualmente está em prisão domiciliar, pediu a intervenção de um rebocador e que evacuassem a passagem por helicóptero.
Para comprovar se este testemunho é verdade será necessária a recuperação da caixa-preta do Costa Concordia por parte dos mergulhadores que seguem trabalhando no navio.
No entanto, em declarações nesta sexta-feira à televisão pública italiana 'RAI', o presidente da Costa Cruzeiros, Pierluigi Foschi, assegurou que Schettino não lhes disse a verdade.
'Habitualmente avaliamos a situação e em caso de necessidade podemos dar conselhos. Desta vez não chegamos a dar conselhos porque o que o capitão disse na conversa das 22h05 (a colisão aconteceu por volta das 21h45), infelizmente não correspondia à verdade', frisou Foschi.
O dirigente italiano da Costa Cruzeiros ressaltou ainda que o capitão também não falou a verdade sobre o que estava ocorrendo naquele momento nem à tripulação nem aos passageiros.
A Costa Cruzeiros já decidiu constituir-se como parte afetada na investigação realizada pela Procuradoria de Grosseto e nega toda assistência legal a Schettino.