Usina nuclear: atualmente, 66 reatores nucleares estão em construção no mundo (AFP/ Majid Asgaripour)
Da Redação
Publicado em 4 de março de 2013 às 17h39.
Viena - A capacidade global de energia nuclear aumentou novamente em 2012 --ainda que apenas um pouco-- depois da queda do ano anterior, após o desastre de Fukushima no Japão, disse o chefe da agência atômica da ONU nesta segunda-feira.
Yukiya Amano, diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), disse ao conselho da agência da Organização das Nações Unidas, composto por 35 nações, que foi iniciada a construção de sete novos reatores no ano passado, em comparação com quatro em 2011.
O executivo se referiu a dados de um novo relatório da AIEA, segundo o qual havia 437 reatores nucleares em operação no mundo até o final de dezembro, com uma capacidade total de geração de 372,5 gigawatts (GW), aumento de cerca de 1 por cento ante 2011.
"O impacto do acidente na usina nuclear de Fukushima Daiichi continua a ser sentido em 2012 no número global relativamente baixo de início de construção de novos reatores", informou o relatório Nuclear Technology Review da AIEA para 2013.
Apesar do início de construção dos sete novos reatores --mais da metade na China-- ser um número maior que em 2011 "é significativamente menos do que em 2010, quando o aumento constante desde 2003 atingiu o seu pico com 16 novos inícios da construção", disse.
O número de novos reatores em construção em todo o mundo agora está em 66, disse Amano, de acordo com uma cópia de seu discurso na sessão do conselho que ocorreu a portas fechadas.
O acidente nuclear de Fukushima, desencadeado por terremoto e tsunami mortais em março de 2011, abalou a indústria nuclear e levantou questões sobre se a energia atômica é segura.
Alemanha, Suíça e Bélgica decidiram se afastar da energia nuclear, aumentando a dependência da energia renovável.
Mas a IAEA afirmou que ainda vê expansão significativa no uso de energia nuclear mundial --entre 23 por cento e 100 por cento até 2030-- apoiada por crescimento na Ásia, apesar de Fukushima.
"A maior parte do crescimento é esperado em países que já têm centrais nucleares em funcionamento, especialmente no Extremo Oriente", informou o relatório.
"Apesar de alguns países terem adiado decisões para iniciar programas de energia nuclear, outros continuaram com seus planos de introduzir a energia nuclear", acrescentou.
Em meados de 2012, o Emirados Árabes Unidos se tornou o primeiro país em 27 anos a começar a construção de uma primeira usina nuclear, disse o relatório.
Outros países, como Belarus e Turquia, têm feito progressos na construção de suas primeiras plantas de energia nuclear, informou.