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Cansados de esperar asilo, imigrantes de caravana violam fronteira dos EUA

Desde meados de outubro milhares de pessoas de países da América Central, atravessaram o México em uma caravana rumo ao norte mirando os EUA

Imigrantes centro-americanos retidos no limite que separa o México dos Estados Unidos romperam a cerca de fronteira na segunda-feira (Alkis Konstantinidis/Reuters)

Imigrantes centro-americanos retidos no limite que separa o México dos Estados Unidos romperam a cerca de fronteira na segunda-feira (Alkis Konstantinidis/Reuters)

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Reuters

Publicado em 4 de dezembro de 2018 às 08h48.

Última atualização em 4 de dezembro de 2018 às 08h49.

Tijuana - Imigrantes centro-americanos retidos no limite que separa o México dos Estados Unidos romperam a cerca de fronteira na segunda-feira, expondo-se a uma detenção quase certa das autoridades dos EUA, mas esperando que a entrada ilegal resulte em um pedido de asilo.

Desde meados de outubro milhares de pessoas de países da América Central, a maioria de Honduras, atravessaram o México em uma caravana rumo ao norte mirando os EUA, alguns realizando a maior parte da longa jornada a pé.

O presidente norte-americano, Donald Trump, prometeu impedir o ingresso dos imigrantes, enviando tropas para reforçar a fronteira e tentando uma mudança de procedimento, até agora rejeitada pelos tribunais, para exigir que os postulantes a asilo permaneçam no México enquanto seus casos são analisados.

Frustrados e exaustos depois de semanas de incerteza, muitos dos imigrantes entraram em desespero ao se verem retidos em campos miseráveis na cidade mexicana fronteiriça de Tijuana.

Alguns deles preferiram driblar os procedimentos legais e tentar uma entrada ilegal por Tijuana ao anoitecer de segunda-feira, em um local situado a cerca de 450 metros do Oceano Pacífico.

Em menos de uma hora repórteres da Reuters observaram cerca de duas dezenas de pessoas escalarem a cerca de aproximadamente três metros de altura, feita de placas e pilastras grossas de metal. Elas escolheram um ponto junto a uma vala coberta de vegetação onde a cerca é ligeiramente mais baixa.

Pouco antes do anoitecer, três pessoas magras se espremeram pela cerca junto à praia e logo foram apreendidas pela Patrulha de Fronteira dos EUA, disseram testemunhas.

Mas à medida que escurecia mais e mais imigrantes faziam a travessia, muitos levando crianças ao longo da divisa terra adentro.

Algumas transformaram cobertores em cordas para ajudar familiares a escalarem. Uma mãe acompanhada dos filhos ultrapassou a primeira cerca e desapareceu na escuridão.

Vê-los pular a cerca incentivou outros, mesmo com a presença de um helicóptero de patrulha sobrevoando o lado norte-americano.

Mais cedo, Karen Mayeni, uma hondurenha de 29 anos, mediu a cerca agarrada aos três filhos, de 6, 11 e 12 anos.

"Estamos só observando, esperando para ver o que acontece", disse. "Vamos decidir o que fazer dentro de alguns dias". Nove minutos depois todos atravessaram a cerca.

Vários imigrantes correram para tentar escapar da captura, mas a maioria caminhou lentamente até os agentes da Patrulha de Fronteira e se entregou.

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