Basílica de São Pedro, no Vaticano: a Prefeitura de Roma estima em 11 milhões de euros os gastos com a canonização (Paul Hanna/Reuters)
Da Redação
Publicado em 25 de abril de 2014 às 15h32.
Vaticano - Os peregrinos estrangeiros começaram a movimentar a Praça de São Pedro e os arredores do Vaticano nesta véspera da canonização, domingo, dos papas João XXIII e João Paulo II.
O tráfego já está proibido a veículos nas ruas laterais e diagonais, onde só podem entrar pedestres. Às 19 de amanhã, sábado, as restrições serão maiores, com bloqueios nos principais acessos.
Bares serão proibidos de abrir as portas na área e o comércio deixará de funcionar, por iniciativa própria, por causa das dificuldades de abastecimento para servir a uma demanda muito grande.
Calcula-se que perto de 5 milhões de peregrinos - mais que a população de Roma - assistirão à cerimônia de canonização, às 10 horas de domingo. Os fiéis poderão entrar na Praça de São Pedro a partir das 6 horas.
A polícia está fazendo blitz nos pequenos hotéis bed&breakfast para verificar suas condições de conforto, segurança e higiene.
Milhares de peregrinos ficarão hospedados em conventos e casas de movimentos religiosos, pagando uma diária de 30 a 40 euros, com direito a café da manhã.
A Prefeitura de Roma estima em 11 milhões de euros os gastos com a canonização. O Estado do Vaticano entrará com "só" 500 mil euros para pagar as despesas.
Os católicos vindos de outros países e do interior da Itália chegam de trem e em ônibus de turismo, enfrentando dois a três dias de viagem.
Hospedam-se em geral nos arredores da cidade. O alojamento é mais barato, mas, em compensação, há dificuldades de acesso ao Vaticano.
Nesta tarde de sexta-feira, o agricultor polonês Wlademir Oleksy, de 52 anos, foi cercado por curiosos ao chegar à Praça de São Pedro com um cajado nas mãos e uma mochila nas costas.
Ele chegou da cidade de Powroznik a pé, na fronteira da Polônia com a Eslováquia. Percorreu 1.700 quilômetros em 42 dias, dormindo em hotéis baratos, paróquias e casas de família. Em Roma vai se hospedar na Casa dos Peregrinos Poloneses.
"Estive aqui em 1º de março de 1981, dois meses e meio antes do atentado a tiros aqui nesta praça", disse Wlademir.
Ao lado dele, 60 concidadãos que vieram de ônibus de Cracóvia, em dois dias de viagem, ouviam o relato de sua aventura e posavam para fotos, com bandeiras vermelhas e brancas nas mãos.