Enrique Peña Nieto: o candidato do PRI à presidência do México é o favorito na disputa (Ronaldo Schemidt/AFP)
Da Redação
Publicado em 28 de junho de 2012 às 07h54.
México - A campanha eleitoral no México chegou ao fim nesta quarta-feira em meio a chamadas para que haja um comparecimento em massa às urnas no domingo e seja produzida uma mudança, iniciando uma nova página na história do país.
Foram três meses de bombardeio de anúncios publicitários, comícios por todo o país e uma infinidade de promessas apresentadas pelos candidatos presidenciais com vistas a uma votação que, segundo as enquetes, já tem um vencedor certo.
Enrique Peña Nieto, de 45 anos, favorito nas pesquisas e aspirante do Partido Revolucionário Institucional (PRI), encerrou sua campanha na cidade de Toluca, base política de seu partido.
"Estamos na frente em todas as medições, mas não podemos confiar só nisso. É o momento de redobrar a atenção", afirmou o candidato do PRI, grupo que pretende recuperar o poder após exercê-lo entre 1929 e 2000.
Peña Nieto convocou seus simpatizantes a irem às urnas para "alcançar um triunfo contundente e inapelável".
"Estamos a quatro dias de ganhar a Presidência da República", previu.
O candidato insistiu que o México precisa de uma "mudança responsável e com rumo", mas não mencionou a violência provocada pelas ações do crime organizado, o maior problema do país atualmente.
"Queremos um país que viva seguro, tranquilo, em paz e que permita a liberdade plena de todos os mexicanos", afirmou, referindo-se à onda de insegurança que nos últimos cinco anos deixou cerca de 50 mil mortos.
Também falou de mudança, nesta capital, o candidato de uma aliança de esquerda, Andrés Manuel López Obrador, que reuniu dezenas de milhares de partidários no Zócalo, a praça mais emblemática do centro histórico da cidade.
"O povo quer uma mudança verdadeira, e não será possível impedir isso nem com a guerra suja nem com a compra de lealdade, de consciências e de votos", afirmou López Obrador, que disse estar seguro de sua vitória nas urnas.
"Queremos inaugurar uma nova etapa na vida pública do país, com um presidente que não esteja subordinado a nenhum grupo de interesse", afirmou o candidato do Partido da Revolução Democrática (PRD).
Assim como Peña Nieto, López Obrador pediu a seus partidários que acudam às urnas e que "vigiem" o processo, para que este seja limpo e dê a ele a oportunidade de "iniciar a transformação do povo".
Segundo nas pesquisas de intenções de voto, López Obrador afirmou que trabalhou intensamente durante a campanha eleitoral "para voltar a ganhar a Presidência da República".
No pleito de 2006, López Obrador ficou a 0,56% do atual presidente, Felipe Calderón, mas nunca reconheceu esse resultado e sustenta que foi ele o verdadeiro vencedor dessa eleição.
A candidata do governante Partido Ação Nacional (PAN), Josefina Vázquez Mota, disse que, se vencer as eleições de domingo, convidará Calderón para liderar a Procuradoria Geral da República.
"Quero um advogado da nação que não seja cúmplice do crime", argumentou a candidata durante seu ato de encerramento de campanha no Estádio Omnilife de Zapopan, no estado de Jalisco.
Diante de 45 mil pessoas, Josefina defendeu a estratégia contra o narcotráfico empreendida por Calderón, de quem disse ter herdado "a coragem e a determinação" para enfrentar o crime organizado "sem hesitações".
A candidata manifestou que Peña Nieto e López Obrador são dois rostos de um velho sistema. Segundo ela, Peña Nieto representa "o autoritarismo, o abuso de poder e a rendição frente ao crime", enquanto López Obrador tem o "rosto do caos e da crise econômica".
"Não vão retornar, não vão voltar", assegurou Josefina, antes de acrescentar que ela oferece "o México do futuro", no qual não haverá privilégio para os políticos e se aplicará a lei sem distinções.
Por fim, o candidato do minoritário Partido Nova Aliança, Gabriel Quadri, encerrou sua campanha no Domo da Feira Nacional de Zacatecas, onde disse querer a volta dos mexicanos radicados nos Estados Unidos, mas como empresários e impulsores do desenvolvimento nacional.
Quadri acrescentou que o país deve aprender com os exemplos e que, para exigir bom tratamento aos migrantes nos Estados Unidos, "devemos tratar bem os centro-americanos em trânsito por esta nação".