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Candidatos a primeiro-ministro realizam os últimos debates no Reino Unido

Os 160 mil membros do partido conservador têm até o dia 22 para escolher entre Boris Johnson e Jeremy Hunt, e o resultado será anunciado um dia depois

Parlamento britânico: Reta final para a eleição do sucessor de Theresa May como para o posto de primeiro-ministro do Reino Unido (Toby Melville/Reuters)

Parlamento britânico: Reta final para a eleição do sucessor de Theresa May como para o posto de primeiro-ministro do Reino Unido (Toby Melville/Reuters)

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AFP

Publicado em 17 de julho de 2019 às 16h00.

Última atualização em 17 de julho de 2019 às 16h03.

A disputa para suceder Theresa May nas rédeas do Partido Conservador britânico, no governo e na negociação do Brexit entram em sua reta final nesta quarta-feira.

O ex-prefeito de Londres e ex-chanceler, Boris Johnson - grande favorito para se tornar o próximo líder conservador e primeiro-ministro -, e o atual ministro das Relações Exteriores, Jeremy Hunt, realizam na noite desta quarta o último de seus debates diante das bases do partido.

Os 160.000 membros do partido têm até segunda-feira para escolher um dos dois e o resultado será anunciado um dia depois.

Na quarta-feira, 24, o Reino Unido terá um novo chefe de governo após a decisão de May de renunciar, diante de sua incapacidade para que o Parlamento britânico aprovasse o Tratado de Retirada que negociou com Bruxelas.

"Continuo achando que a melhor solução para o Reino Unido é abandonar a União Europeia com um acordo (...) e que tínhamos um bom acordo", afirmou May nesta quarta-feira ao fim de uma coletiva sobre política nacional e internacional, um de seus últimos atos antes de deixar Downing Street.

A União Europeia disse em reiteradas ocasiões que não está disposta a renegociar o texto, mas nos últimos dias os dois candidatos demonstraram ser contrários.

Salvaguarda controvertida

O principal tema de conflito continua sendo a denominada "salvaguarda irlandesa".

Trata-se de um dispositivo de último recurso para assegurar-se de que, caso não se encontre uma solução melhor, não se voltará a instaurar após o Brexit uma fronteira entre a República de Irlanda — país-membro da UE — e a província britânica da Irlanda do Norte, que poderá ameaçar o frágil acordo de paz que em 1998 pôs fim a quatro décadas de um violento conflito.

O mecanismo acordado por May com Bruxelas consiste em manter a Irlanda do Norte sob as regras do mercado único e a todo o Reino Unido em uma união aduaneira com a Europa, o que os partidários do Brexit rejeitam fortemente.

Bruxelas e o parlamento

A alemã Ursula von der Leyen, escolhida na terça-feira para liderar a Comissão Europeia, deixou claro que "o Tratado de Retirada concluído com o governo do Reino Unido aporta segurança enquanto que o Brexit cria incerteza".

O texto "preserva os direitos dos cidadãos e preserva a paz e a estabilidade na ilha da Irlanda", disse. "Essas são minhas duas prioridades", insistiu Von der Leyen, declarando-se "disposta" adiar novamente a data de saída do Reino Unido - inicialmente fixada para o último 29 de março - se houver uma "boa razão" para isso.

O ministro britânico do Brexit, Stephen Barclay, se reuniu na semana passada em Bruxelas com o negociador europeu Michel Barnier e segundo a imprensa o encontro foi muito tenso.

Muitos deputados se declararam abertamente contrários a um Brexit sem acordo, apesar de as várias iniciativas para fechar esse caminho ao governo tenham fracassado até agora no Parlamento.

Johnson, uma das figuras-chave do referendo de 2016 no qual o Brexit se impôs por 52%, está inclusive considerando, segundo a imprensa britânica, terminar a sessão parlamentar intempestivamente em outubro para evitar que os legisladores impeçam uma saída brusca da UE.

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