Mundo

Candidatos à presidência da França estão contra euro

A moeda única se transformou em uma arma para atacar os dois principais candidatos: François Hollande e Nicolas Sarkozy

Os que mais apostam pelo euro são os dois favoritos e o centrista François Bayrou (AFP)

Os que mais apostam pelo euro são os dois favoritos e o centrista François Bayrou (AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 18 de abril de 2012 às 20h27.

Paris - A candidata ultradireitista francesa Marine Le Pen, que nesta quarta-feira reiterou seus ataques à Europa, se transformou na principal crítica do euro, moeda que metade dos dez aspirantes à Presidência do país rejeita.

A moeda única se transformou em uma arma para atacar os dois principais candidatos, o socialista François Hollande e o presidente em fim de mandato, o conservador Nicolas Sarkozy, defensores do euro.

Le Pen e o defensor da soberania Nicolas Dupont-Aignan são os mais combativos com relação à divisa comunitária, apesar de uma recente enquete mostrar que dois em cada três franceses são favoráveis ao euro.

O esquerdista Jean-Luc Mélenchon, que briga com Le Pen pelo terceiro posto no primeiro turno do próximo domingo, é menos categórico, mas aposta em mudar o papel do Banco Central Europeu (BCE) para que possa emprestar diretamente aos países.

Caso os outros sócios não aceitem esta proposta, o candidato da Frente de Esquerda não descarta sair do euro.

Algo semelhante é defendido pela marxista Nathalie Arthaud e o trotskista Philippe Poutou, inimigos declarados da ''Europa das finanças'' simbolizadas na divisa comunitária.

O gaullista de esquerda Jacques Cheminade, candidato que as pesquisas situam na última posição, considera que o euro se autodestruiu, mas os ataques mais duros à moeda única procedem de Le Pen.


A candidata da Frente Nacional aposta por um plebiscito para sair do euro e resgatar o franco como moeda nacional, uma divisa menos forte que melhoraria a competitividade dos produtos franceses nos mercados internacionais, enquanto permitiria à França readquirir a soberania monetária.

A candidata ultradireitista afirma que a Europa era um dos continentes mais prósperos do mundo antes do euro e agora está em quebra, com um desemprego e uma pobreza exponenciais.

Ela contrapõe a situação da zona do euro com a dos países da União Europeia que não têm a moeda única, como a Suécia, onde o crescimento é superior.

Um discurso semelhante é adotado por Dupont-Aignan, a quem as pesquisas outorgam cerca de 1% dos votos, mas que se considera como o melhor herdeiro do general De Gaulle.

Os que mais apostam pelo euro são os dois favoritos e o centrista François Bayrou, todos partidários da Europa e da Constituição Europeia que foi rejeitada em plebiscito em 2005. Também não se opõe à moeda única a candidata ecologista Eva Joly.

Hollande, que lidera as pesquisas do segundo turno, preconiza renegociar o tratado europeu recentemente adotado, com o objetivo de introduzir mais estímulos públicos ao crescimento, em contraposição ao rigor pelo qual Sarkozy e a chanceler alemã, Angela Merkel apostam. 

Acompanhe tudo sobre:CâmbioEleiçõesEuroEuropaFrançaMoedasPaíses ricos

Mais de Mundo

Novas autoridades sírias anunciam acordo para dissolução dos grupos armados

Porto de Xangai atinge marca histórica de 50 milhões de TEUs movimentados em 2024

American Airlines retoma voos nos EUA após paralisação nacional causada por problema técnico

Papa celebra o Natal e inicia o Jubileu 2025, 'Ano Santo' em Roma