Venezuela: coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática optou por boicotar as eleições venezuelanas, alegando falta de garantias (NatanaelGinting/Thinkstock)
AFP
Publicado em 23 de abril de 2018 às 22h25.
O candidato opositor venezuelano Henri Falcón pediu à população, nesta segunda-feira (23), que vença a desconfiança e vote nas eleições presidenciais de 20 de maio, nas quais enfrentará o presidente Nicolás Maduro.
Durante um ato, no qual apresentou sua proposta de governo, Falcón mencionou "a falta de confiança" como um dos maiores obstáculos, já que isso leva muitos eleitores a se afastarem do momento "mais importante dos últimos 20 anos".
Por isso, pediu que "exerçam o direito (ao voto) neste 20 de maio", já que "todos estamos comprometidos com dar um passo à frente".
Falcão, um militar reformado que rompeu com o governo há vários anos, lançou-se como candidato independente à corrida presidencial, distanciando-se da coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática. A MUD optou por boicotar as eleições, alegando falta de garantias.
Em um discreto evento, ao qual assistiram cerca de 500 pessoas em Caracas, o candidato, de 56 anos, prometeu uma "grande transformação" para tirar a Venezuela de uma de suas piores crises políticas e econômicas.
Acompanhado de seu assessor econômico Francisco Rodríguez, ele reiterou a proposta de dolarizar os salários, destruídos por uma hiperinflação que, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), ficará acima de 13.800% em 2018.
Nesse sentido, reconheceu que a dolarização "não é a panaceia", mas, sim, parte da receita para "ir para um processo progressivo de crescimento econômico".
O instituto de pesquisa Datanálisis dá empate técnico entre Falcón e Maduro, enquanto a Delphos aponta o presidente como favorito com 42% contra 30% do ex-governador, e o Hinterlaces dá 52% para Maduro e 22% para seu oponente.